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PANORAMA 2-Ibovespa sobe perto de 1% e taxas dos DIs caem após IBC-Br indicar retração da atividade

Reuters15 de dez de 2025 às 16:02

Por Fabricio de Castro

- O Ibovespa avança perto de 1% nesta tarde de segunda-feira, enquanto as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) caem, após um recuo inesperado da atividade econômica brasileira em outubro, fortalecendo as apostas de que o Banco Central cortará juros em janeiro.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cedeu 0,2% em outubro ante setembro, na série com ajustes sazonais, um resultado pior que o avanço de 0,10% projetado pelos economistas.

O avanço do Ibovespa ocorre a despeito de, em Nova York, os principais índices de ações estarem próximos da estabilidade, com investidores se posicionando antes da divulgação de uma série de dados econômicos dos EUA nesta semana.

Nos mercados de moedas, o dólar sustenta baixas ante moedas fortes, como o iene, e ante várias divisas pares do real. No Brasil, a moeda norte-americana abriu a tarde com perdas leves, mantendo o nível de R$5,40.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 12h50 desta segunda-feira:

CÂMBIO

O dólar reduziu as perdas ante o real nesta segunda-feira, mas ainda assim iniciou a tarde no território negativo, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante a maior parte das demais divisas no exterior.

No início do dia, o Banco Central informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) cedeu 0,2% em outubro ante setembro, na série com ajustes sazonais. O resultado do indicador, considerado um sinalizador para o Produto Interno Bruto (PIB), foi pior que a projeção mediana dos economistas ouvidos pela Reuters, de alta de 0,10%.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,4%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 2,5%, conforme a série sem ajustes sazonais.

O IBC-Br é mais um dos indicadores recentes que corroboram a percepção de que a economia brasileira está em desaceleração, um fator que vem sendo destacado por agentes que projetam corte da taxa básica Selic já na reunião de janeiro do BC.

Atualmente a Selic está em 15% ao ano, enquanto nos EUA a taxa de referência do Federal Reserve está na faixa de 3,50% a 3,75%.

Este diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos vem sendo apontado como um dos fatores para atração de investimentos ao país, segurando as cotações do dólar em patamares mais baixos.

Para o restante da semana, as atenções estarão voltadas para as divulgações da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na terça-feira, e do Relatório de Política Monetária da autarquia, na quinta-feira -- neste caso, acompanhada de entrevista coletiva do presidente do BC, Gabriel Galípolo.

No exterior, um dos destaques era a queda firme do dólar ante o iene JPY=, com os agentes precificando uma elevação iminente de juros no Japão. O dólar também sustentava perdas ante o euro EUR=, a libra GBP= e algumas divisas pares do real, como o peso mexicano MXNUSD=R.

. Dólar/Real BRBY: -0,15%, a R$5,4049 na venda;

. Euro/Dólar EUR=: +0,17%, a US$1,1760;

. Dólar/Cesta de moedas .DXY: -0,23%, a 98,188.

BOVESPA

O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, tendo no radar retração inesperada na atividade econômica brasileira em outubro, enquanto Braskem era destaque após anunciar acordo da Novonor para vender sua participação na petroquímica para a empresa de investimentos IG4.

O IBC-Br, calculado pelo Banco Central e considerado um sinalizador do PIB, registrou em outubro queda de 0,2% na comparação com setembro, em dado dessazonalizado. Previsões compiladas em pesquisa da Reuters apontavam alta de 0,10%.

A divulgação corroborava o alívio nas taxas dos DIs, o que tende a beneficiar a bolsa, uma vez que fortalece o argumento daqueles que citam a desaceleração da economia entre as razões para o BC começar a cortar o juro em janeiro.

O movimento positivo no pregão brasileiro ocorria a despeito de, no exterior, os principais índices de ações em Wall Street estarem próximos da estabilidade nesta tarde.

Na visão da equipe do Itaú BBA, o Ibovespa caminha para encerrar 2025 em um cenário de forte valorização, sustentado pela expectativa de cortes de juros no Brasil e nos EUA, desaceleração da inflação e robusto fluxo de capital externo.

"Com alta superior a 30% no ano, esse movimento reflete não apenas condições globais favoráveis, mas também a resiliência do mercado doméstico, que apresentou desempenho superior em relação às empresas exportadoras de commodities", afirmou em relatório.

A análise técnica, de acordo com a equipe do Itaú BBA, indica que o índice segue em tendência de alta, com projeções que apontam para níveis entre 165 mil e 180 mil pontos, após o rompimento da marca de 142 mil em agosto.

DESTAQUES

- BRASKEM PNA BRKM5.SA avançava mais de 3%, após a Novonor assinar um acordo de exclusividade com a empresa de investimentos IG4 Capital para vender sua participação na petroquímica. A negociação envolve a aquisição de dívidas da Novonor, anteriormente conhecida como Odebrecht, com bancos que têm ações da Braskem como garantia.

- ISA ENERGIA BRASIL PN ISAE4.SA subia mais de 5%, renovando máxima histórica no melhor momento, após "upgrade" duplo por analistas do JPMorgan, que agora adotam recomendação "overweight" para as ações da elétrica. Eles também elevaram o preço-alvo para o fim de 2026 de R$26,50 para R$30.

- REDE D'OR ON RDOR3.SA valorizava-se perto de 4%, após seu conselho de administração aprovar o pagamento de dividendos intermediários, dividendos intercalares e juros sobre capital próprio que, juntos, somam aproximadamente R$8,12 bilhões.

- BRADESCO PN BBDC4.SA registrava elevação superior a 1%, em sessão positiva para os bancos do Ibovespa, com BTG PACTUAL UNIT BPAC11.SA subindo mais de 2%, ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA em alta, BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA subindo mais de 1% e SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA avançando quase 1%.

- PETROBRAS PN PETR4.SA tinha alta leve, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior. A estatal divulgou que manifestações em unidades da companhia em virtude do movimento grevista dos petroleiros, iniciado nesta segunda-feira, não afeta a produção de petróleo e derivados.

- VALE ON VALE3.SA registrava alta leve, em dia de fraqueza dos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado em Dalian DCIOcv1 encerrou a sessão do dia com queda de 0,92%. No setor de mineração e siderurgia, CSN MINERAÇÃO ON CMIN3.SA e CSN ON CSNA3.SA caíam mais de 2%.

- SUZANO ON SUZB3.SA recuava perto de 2%, com KLABIN UNIT KLBN11.SA também em baixa.

. Ibovespa .BVSP: +1,03%, a 162.421,20 pontos;

. Índice dos principais ADRs brasileiros .BR20: +0,89%, a 21.128,77 pontos.

BOLSAS DOS EUA

Após iniciarem a segunda-feira em alta, os principais índices de Wall Street oscilam próximos da estabilidade nesta tarde, enquanto os investidores se preparavam para uma série de dados econômicos que podem definir o rumo da taxa de juros nos EUA.

Os operadores também obtiveram mais clareza sobre os candidatos ao cargo de chair do Federal Reserve no próximo ano, já que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que restringiu sua busca ao ex-diretor do Fed Kevin Warsh ou ao diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett.

As expectativas de um chair "dovish" para o Fed alimentaram as expectativas de cortes na taxa de juros no próximo ano, mesmo com a inflação permanecendo acima da meta de 2% e as pressões persistentes sobre os preços em outros mercados desenvolvidos fortalecendo os pedidos de aumento dos juros.

A gigante de chips de IA Nvidia NVDA.O tinha alta firme e deve interromper uma sequência de quatro dias de perdas.

. Dow Jones .DJI: +0,01%, a 48.464,84 pontos;

. Standard & Poor's 500 .SPX: 0,04%, a 6.829,81 pontos;

. Nasdaq .IXIC: -0,452%, a 23.090,40 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX tinha alta de 0,66%, a 582,04 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times .FTSE avançava 1,15%, a 9.760,47 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX .GDAXI subia 0,02%, a 24.191,19 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 .FCHI ganhava 0,71%, a 8.125,97 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib .FTMIB tinha valorização de 1,31%, a 44.086,05 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 .IBEX registrava alta de 1,02%, a 17.026,10 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 .PSI20 valorizava-se 0,78%, a 8.063,51 pontos.

JUROS

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) caem segunda-feira ante os ajustes anteriores, após dados do Banco Central revelarem uma queda inesperada da atividade econômica em outubro, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries também cedem.

O Banco Central informou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) cedeu 0,2% em outubro ante setembro, na série com ajustes sazonais. O resultado do indicador, considerado um sinalizador para o Produto Interno Bruto (PIB) foi pior que a projeção mediana dos economistas ouvidos pela Reuters, de alta de 0,10%.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 0,4%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 2,5%, conforme a série sem ajustes sazonais.

O IBC-Br é mais um dos indicadores recentes que corroboram a percepção de que a economia brasileira está em desaceleração, um fator que vem sendo destacado por agentes que projetam corte da Selic já na reunião de janeiro do BC. Atualmente a Selic está em 15% ao ano.

Neste cenário, as taxas dos DIs exibem baixas nesta manhã de segunda-feira, em movimento também em sintonia com o recuo dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

Para o restante da semana, as atenções estarão voltadas para as divulgações da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na terça-feira, e do Relatório de Política Monetária da autarquia, na quinta-feira -- neste caso, acompanhada de entrevista coletiva do presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Mês

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/27

DIJF27

13,62

13,647

-0,027

JAN/28

DIJF28

12,925

12,978

-0,053

JAN/29

DIJF29

12,945

13,014

-0,069

JAN/30

DIJF30

13,11

13,182

-0,072

JAN/31

DIJF31

13,235

13,297

-0,062

JAN/35

DIJF35

13,355

13,427

-0,072

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10YT=RR: rendimento em queda a 4,1587%, ante 4,196% no pregão anterior.

PETRÓLEO

. Nymex - CLc1: -1,04%, a 56,84 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent LCOc1: -0,9%, a 60,57 dólares por barril.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código PAN/SA)

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