
12 Dez (Reuters) - As ações de empresas de cannabis dispararam na sexta-feira após o Washington Post noticiar que o presidente dos EUA, Donald Trump, deve pressionar o governo a flexibilizar drasticamente as restrições federais à maconha.
As ações da Tilray Brands TLRY.O, listadas nos EUA, subiram 35%, enquanto as da SNDL SNDL.O, Canopy Growth WEED.TO e do ETF AdvisorShares Pure US Cannabis MSOS.P registraram altas entre 20% e 31% nas negociações da manhã.
Espera-se que Trump emita uma decreto já nesta segunda-feira que permita a reclassificação da maconha, informou a CNBC, citando uma fonte familiarizada com o assunto.
"Nenhuma decisão final foi tomada sobre a reclassificação da maconha", disse um funcionário da Casa Branca.
O Washington Post noticiou na quinta-feira que Trump planeja orientar as agências a reclassificar a maconha como uma droga de Classe III, reduzindo a fiscalização da planta e seus derivados ao mesmo nível de alguns analgésicos comuns e outros medicamentos prescritos.
"Acreditamos que isso abriria caminho para que as empresas farmacêuticas buscassem aprovação para mais produtos à base de cannabis, que poderiam então ser dispensados da mesma forma que outros medicamentos prescritos", disse o analista Jaret Seiberg, da TD Cowen, em um comunicado.
O governo Trump tem buscado reclassificar a maconha como uma droga menos perigosa, uma mudança que poderia aliviar as penalidades criminais e remodelar o setor por meio de impostos potencialmente mais baixos e facilitando a obtenção de financiamento.
O financiamento continua sendo um dos maiores desafios para os produtores de cannabis, já que as restrições federais mantêm a maioria dos bancos e investidores institucionais fora do setor, forçando os produtores de maconha a recorrer a empréstimos caros ou a financiadores alternativos.
Isso prepara o terreno para diversos catalisadores, incluindo "a legalização da cannabis em mais estados, a aprovação de medidas bancárias mais seguras e a eventual listagem de ações de empresas ligadas à cannabis nas principais bolsas de valores dos EUA", disse Aaron Grey, analista da Alliance Global Partners.
De acordo com a Lei de Substâncias Controladas, a maconha está listada como uma substância da Lista I, o que implica que ela tem um alto potencial de abuso e nenhum uso médico atualmente aceito.
No ano passado, o governo Biden solicitou ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos que revisasse a recomendação da maconha, e a agência recomendou que ela fosse transferida para a Lista III de substâncias controladas.
A Agência de Combate às Drogas (DEA) precisa analisar a recomendação e decidirá sobre a reclassificação.