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PANORAMA 2-Ibovespa supera 164 mil pontos e taxas dos DIs cedem após o PIB

Reuters4 de dez de 2025 às 16:02

Por Fabricio de Castro

- A alta do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, abaixo do esperado pelo mercado, dava força aos ativos brasileiros nesta quinta-feira, em meio à expectativa de que o Banco Central comece a cortar a Selic em janeiro.

O Ibovespa renovou máximas históricas, superando mais cedo os 164 mil pontos pela primeira vez, na esteira do PIB, enquanto o dólar cedia para abaixo dos R$5,30 ante o real.

No mercado de renda fixa, a desaceleração do PIB reforçou as apostas de que o BC terá espaço para reduzir juros em janeiro, com as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) em baixa.

Na contramão, os rendimentos dos Treasuries sobem no exterior, enquanto os índices de ações em Nova York oscilam próximos da estabilidade.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 12h50 desta quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar opera em queda modesta contra o real no início da tarde desta quinta-feira, em linha com a tendência observada ante outras divisas pares da moeda brasileira no exterior, enquanto, localmente, os investidores avaliam os dados fracos de atividade econômica.

A moeda norte-americana segue com desempenho fraco, ao passo que os agentes avaliam nova rodada de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, com alguns reforçando as perspectivas de corte nos juros pelo Federal Reserve.

De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, o mercado precifica uma chance de quase 90% de que o Fed corte as taxas em 25 pontos-base este mês.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,1% no terceiro trimestre na comparação com o trimestre imediatamente anterior. O resultado ficou aquém da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,2% no período de julho a setembro. Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, o indicador apresentou crescimento de 1,8%, contra expectativa de alta de 1,7% nessa base de comparação. BRGDPY=ECI

Os números comprovam a percepção de esfriamento da economia ao longo do ano. No primeiro trimestre, o PIB expandiu 1,5% e, no segundo, 0,3%, em dados revisados pelo IBGE, de 1,3% e 0,4% respectivamente.

. Dólar/Real BRBY: -0,37%, a R$5,2938 na venda;

. Euro/Dólar EUR=: estável, a 1,1671 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas .DXY: -0,10%, a 98,802.

BOVESPA

O Ibovespa renovava máximas históricas nesta quinta-feira, ultrapassando os 164 mil pontos no melhor momento, com dados mostrando desaceleração da atividade econômica no Brasil alimentando expectativas sobre queda da Selic no começo de 2026.

De acordo com o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,1% entre julho e setembro na comparação com os três meses imediatamente anteriores, o resultado mais fraco desde a retração de 0,1% vista nos três últimos meses de 2024.

No primeiro e segundo trimestres, a economia cresceu 1,5% e 0,3%, respectivamente, em dados revisados pelo IBGE de 1,3% e 0,4% informados antes. Economistas previam alta de 0,2% para o terceiro trimestre, conforme pesquisa da Reuters.

"A desaceleração da atividade é evidente", afirmaram economistas do Bradesco, acrescentando que a demanda privada, principal canal de atuação da política monetária, ficou praticamente estável nos dois últimos trimestres.

Após os dados do PIB, o mercado passou a precificar uma possibilidade de 84% de o Banco Central reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em janeiro. Antes, esse percentual era de 78%.

A pesquisa Focus, feita pelo BC com o mercado, vem mostrado previsão de Selic a 14,75% em janeiro, considerando a mediana das expectativas compiladas. Atualmente a Selic está em 15% ao ano.

O fôlego do Ibovespa tem tido suporte ainda em apostas de continuidade dos cortes dos juros nos EUA, bem como realocação global de ativos -- que se reflete em um saldo de capital externo positivo em cerca de R$27,7 bilhões na bolsa no ano.

A performance positiva na B3 também tem como pano de fundo a antecipação de anúncios sobre pagamento de dividendos pelas empresas para aproveitar a isenção da tributação sobre os mesmos a partir de 2026, conforme a reforma do Imposto de Renda.

DESTAQUES

- MAGAZINE LUIZA ON MGLU3.SA avançava mais de 4%, endossada pelo alívio nas taxas dos DIs na esteira dos dados do PIB, o que também sustentava outros papéis sensíveis a juros, entre eles LOCALIZA ON RENT3.SA, que se valorizava mais de 4%, e NATURA ON NATU3.SA, que subia mais de 3%.

- REDE D'OR ON RDOR3.SA valorizava-se quase 4%, referendada por relatório de analistas do Safra, que elevaram a recomendação da ação para "outperform", enxergando um cenário favorável para a companhia, com a divisão de hospitais em trajetória de reaceleração. O preço-alvo passou para R$57 ante R$44.

- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA era negociada em alta de mais de 1%, em pregão positivo para o setor, com BRADESCO PN BBDC4.SA, SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA, BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA e BTG PACTUAL UNIT BPAC11.SA com ganhos próximos de 1%.

- PETROBRAS PN PETR4.SA mostrava elevação, descolada da relativa fraqueza do petróleo no exterior. A estatal e a Shell SHEL.L arremataram juntas, sem concorrência, duas das três áreas ofertadas em leilão inédito de participações da União em blocos em produção no pré-sal.

- VALE ON VALE3.SA subia mais de 1%, na quinta alta seguida, com analistas reforçando recomendação de compra para a ação nos últimos dias. O Citi escreveu que conversas com investidores sugerem que a ação atualmente é vista como um "cupom de minério de ferro", com o mercado esperando fortes retornos aos acionistas.

- AMBEV ON ABEV3.SA recuava mais de 1%, entre as poucas quedas da sessão. No começo da semana, dados do IBGE mostraram queda de 1,3% na produção de bebidas alcoólicas em outubro ante o mesmo mês de 2024. Para o analista Rodrigo Alcantara, do UBS BB, o dado apoia uma visão cautelosa para Ambev.

. Ibovespa .BVSP: +1,52%, a 164.205,89 pontos;

. Índice dos principais ADRs brasileiros .BR20: +1,3%, a 22.171,84 pontos.

BOLSAS DOS EUA

Os principais índices de Wall Street oscilavam entre pequenos ganhos e perdas nesta quinta-feira, com investidores analisando uma nova rodada de dados do mercado de trabalho para ajustar as expectativas de um tão esperado corte nas taxas do Federal Reserve na próxima semana.

Com o relatório oficial de emprego de novembro previsto para depois da reunião de dezembro do Fed, os investidores se voltaram para uma colcha de retalhos de indicadores secundários que oferecem uma leitura conflitante sobre o mercado de trabalho.

Um relatório semanal do Departamento do Trabalho mostrou que os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram para o nível mais baixo em mais de três anos, mesmo com uma estimativa do Fed de Chicago sugerindo que a taxa de desemprego se manteve próxima de 4,4% em novembro.

O mercado futuro de juros aponta para uma chance de quase 90% de que o banco central reduza as taxas em 25 pontos-base este mês, ante cerca de 60% no mês passado, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.

"Hoje os dados estão um pouco melhores, mas não há nenhum catalisador para a alta", disse Thomas Hayes, presidente da Great Hill Capital LLC.

Os investidores também estavam sendo cautelosos antes do relatório de Despesas de Consumo Pessoal de setembro, na sexta-feira, o indicador de inflação preferido do Fed e a primeira divulgação do PCE desde que a recente paralisação do governo dos EUA deixou os mercados e os formuladores de política monetária com visibilidade limitada sobre a economia.

. Dow Jones .DJI: -0,03%, a 47.870,04 pontos;

. Standard & Poor's 500 .SPX: -0,02%, a 6.848,44 pontos;

. Nasdaq .IXIC: +0,09%, a 23.476,24 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX tinha alta de 0,53%, a 579,27 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times .FTSE avançava 0,27%, a 9.718,27 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX .GDAXI subia 0,88%, a 23.901,43 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 .FCHI ganhava 0,42%, a 8.121,34 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib .FTMIB tinha valorização de 0,10%, a 43.422,51 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 .IBEX registrava alta de 0,75%, a 16.709,40 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 .PSI20 desvalorizava-se 0,07%, a 8.213,61 pontos.

JUROS

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) caem nesta quinta-feira, após o IBGE informar que o Brasil cresceu menos que o esperado pelo mercado no terceiro trimestre, enquanto no exterior os rendimentos dos Treasuries sobem.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,1% no terceiro trimestre do ano, ante previsão de alta de 0,2% dos economistas ouvidos pela Reuters.

O resultado mostra uma desaceleração do crescimento, que foi de 1,5% no primeiro trimestre do ano e de 0,3% no segundo. Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, o crescimento de julho a setembro foi de 1,8%, acima da expectativa de 1,7%.

Em reação, as taxas dos DIs cedem nesta quinta-feira, em especial entre os vencimentos mais curtos, em meio à percepção de que a desaceleração da atividade pavimenta o caminho para o início dos cortes da taxa básica Selic, hoje em 15% ao ano.

Após a divulgação do PIB do terceiro trimestre, a curva a termo precificava 84% de probabilidade de corte de 25 pontos-base da Selic em janeiro. No fechamento de quarta-feira, este percentual estava em 78%.

No exterior, os ativos seguem precificando quase 90% de probabilidade de corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana, conforme a Ferramenta CME FedWatch. No mercado brasileiro, a percepção é de que uma redução dos juros nos EUA na próxima semana eleva a possibilidade de corte da Selic em janeiro.

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/27

DIJF27

13,545

13,596

-0,051

JAN/28

DIJF28

12,725

12,783

-0,058

JAN/29

DIJF29

12,655

12,697

-0,042

JAN/30

DIJF30

12,775

12,815

-0,04

JAN/32

DIJF32

12,98

13,015

-0,035

JAN/35

DIJF35

13,025

13,057

-0,032

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10YT=RR: rendimento em alta a 4,0981%, ante 4,058% no pregão anterior.

PETRÓLEO

. Nymex - CLc1: 0,8%, a 59,42 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent LCOc1: 0,65%, a 63,08 dólares por barril.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código PAN/SA)

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