PANORAMA 2-Ibovespa fica perto de 162 mil pontos e dólar se reaproxima de R$5,30 com apostas de corte de juros nos EUA

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO, 3 Dez (Reuters) - As apostas de que o Federal Reserve cortará juros nos Estados Unidos na próxima semana voltaram a impulsionar os ativos de risco nesta quarta-feira, fazendo o Ibovespa renovar recorde intradia, beirando os 162 mil pontos, e o dólar se reaproximar dos R$5,30.

Pela manhã, dados divulgados nos EUA corroboraram o cenário de corte de juros, com o relatório da ADP mostrando o fechamento de 32.000 postos de trabalho no setor privado norte-americano no mês passado, contra previsão de criação de 10.000 postos.

No mercado de títulos, os rendimentos dos Treasuries cediam na esteira dos dados da ADP, mas ainda assim as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) no Brasil se mantinham próximas da estabilidade.

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 12h50 desta quarta-feira:

CÂMBIO

O dólar seguia em baixa ante o real nesta quarta-feira, próximo dos R$5,30, acompanhando o recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em meio à perspectiva de que o próximo chair do Federal Reserve tenha um perfil brando.

A expectativa de novo corte de juros pelo Fed na próxima semana também favorecia a queda das cotações do dólar ao redor do mundo.

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que anunciará o sucessor de Jerome Powell no comando do Fed no início de 2026 e que o atual secretário do Tesouro, Scott Bessent, não quer o cargo. Notícias na imprensa dão conta de que Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca, é o favorito para ocupar o cargo.

Como Hassett é considerado um nome de perfil "dovish" (mais propenso a favorecer juros baixos) na política monetária, sua possível indicação elevou entre os investidores a expectativa de juros mais baixos nos EUA no futuro.

Na manhã desta quarta-feira, dados divulgados nos EUA também reforçaram a expectativa de que o Fed corte juros na próxima semana. O relatório da ADP mostrou que foram fechados 32.000 postos de trabalho no setor privado norte-americano no mês passado, contra previsão de criação de 10.000 postos.

Neste cenário, os rendimentos dos Treasuries cediam e o dólar recuava ante quase todas as demais divisas.

No Brasil, isso se traduzia em nova queda do dólar ante o real, com o mercado atento ainda a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à TV Verdes Mares, de Fortaleza. Lula disse que os Estados Unidos devem anunciar em breve novas revogações de tarifas cobradas de produtos brasileiros.

. Dólar/Real BRBY: -0,44%, a R$5,3070 na venda;

. Euro/Dólar EUR=: +0,27%, a 1,1658 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas .DXY: -0,33%, a 98,969.

BOVESPA

O Ibovespa renovou máxima histórica intradia nesta quarta-feira, aproximando-se dos 162 mil pontos antes de desacelerar a alta, em meio a apostas de corte de juros nos Estados Unidos na próxima semana.

Nesta quarta-feira, dados nos EUA corroboraram a expectativa que prevalece no mercado de que o Federal Reserve reduzirá a taxa de juros da maior economia do mundo em 0,25 ponto percentual na próxima semana.

O relatório da ADP mostrou que foram fechados 32.000 postos de trabalho no setor privado no mês passado, contra previsão de criação de 10.000 postos de trabalho. Em paralelo, os preços de importados ficaram inesperadamente estáveis em setembro.

"Investidores seguem avaliando o potencial de um rali de fim de ano, apoiado por expectativas de corte de juros pelo Fed na reunião de 10 de dezembro", disse a XP em relatório a clientes.

DESTAQUES

- VALE ON VALE3.SA subia mais de 2%, descolada da fraqueza dos futuros de minério de ferro na Ásia. No setor de mineração e siderurgia, USIMINAS PNA USIM5.SA avançava perto de 5%, enquanto CSN ON CSNA3.SA tinha ganho superior a 4% e GERDAU PN GGBR4.SA avançava mais de 1%.

- PETROBRAS PN PETR4.SA e PETROBRAS ON PETR3.SA tinham altas firmes, endossadas pelo avanço do petróleo no exterior. No setor, PRIO ON PRIO3.SA subia mais de 2% com dados de produção também de pano de fundo.

- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA oscilava perto da estabilidade, após desempenho mais robusto na véspera. BRADESCO PN BBDC4.SA cedia mais de 3%, BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA recuava e SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA tinha decréscimo superior a 1%.

- B3 ON B3SA3.SA caía, refletindo ajustes, após alta na véspera, bem como desempenho robusto em novembro, quando acumulou ganho de mais de 18%.

- BRASKEM PNA BRKM5.SA avançava quase 5%, tendo no radar nota do colunista Lauro Jardim, de O Globo, de que voltou a esquentar o acordo para transferir a participação da Novonor, antiga Odebrecht, na Braskem à IG4 Capital. A nota acrescenta que o contrato caminha para ser assinado até a semana que vem.

. Ibovespa .BVSP: +0,13%, a 161.294,45 pontos;

. Índice dos principais ADRs brasileiros .BR20: +0,55%, a 21.801,87 pontos.

BOLSAS DOS EUA

Os índices de ações Dow Jones e S&P 500 subiam neste início de tarde de quarta-feira, com os investidores reagindo a dados que apontam para um mercado de trabalho fraco nos EUA, enquanto a Microsoft caía após notícia de que a gigante da tecnologia reduziu suas metas de crescimento de vendas para determinados produtos de inteligência artificial.

. Dow Jones .DJI: +0,41%, a 47.668,62 pontos;

. Standard & Poor's 500 .SPX: 0,13%, a 6.838,01 pontos;

. Nasdaq .IXIC: +0,03%, a 23.420,93 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX tinha alta de 0,17%, a 576,63 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times .FTSE avançava 0,03%, a 9.704,64 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX .GDAXI subia 0,03%, a 23.717,21 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 .FCHI ganhava 0,13%, a 8.085,45 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib .FTMIB tinha valorização de 0,21%, a 43.443,92 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 .IBEX registrava alta de 1,19%, a 16.669,90 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 .PSI20 valorizava-se 0,05%, a 8.213,75 pontos.

JUROS

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) abriram a tarde muito próxiamas da estabilidade, ainda que no exterior os rendimentos dos Treasuries estejam em queda com o mercado projetando juros menores nos EUA no futuro.

Na terça-feira o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que anunciará o sucessor de Jerome Powell no comando do Fed no início de 2026 e que o atual secretário do Tesouro, Scott Bessent, não quer o cargo. Notícias na imprensa dão conta de que Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca, é o favorito para assumir a função.

Como Hassett é considerado um nome de perfil "dovish" (brando) na política monetária, sua possível indicação elevou entre os investidores a expectativa de juros mais baixos nos EUA no futuro.

Além disso, as apostas de novo corte dos juros nos EUA na próxima semana seguem fortes. Neste início de tarde, os títulos norte-americanos precificam 89% de probabilidade de corte de juros, contra 11% de chance de manutenção da taxa na faixa de 3,75% a 4,00%, conforme a Ferramenta CME FedWatch.

Pela manhã, dados divulgados nos EUA reforçaram a expectativa de que o Fed corte juros na próxima semana. O relatório da ADP mostrou que foram fechados 32.000 postos de trabalho no setor privado norte-americano no mês passado, contra previsão de criação de 10.000 postos.

No Brasil, a percepção do mercado é de que nova redução de juros nos EUA na próxima semana aumenta a possibilidade de corte em janeiro da taxa básica Selic, hoje em 15% ao ano. Ainda assim, as taxas dos DIs seguiam quase estáveis.

DÍVIDA

. Treasuries de 10 anos US10YT=RR: rendimento em queda a 4,0768%, ante 4,088% no pregão anterior.

PETRÓLEO

. Nymex - CLc1: 1,13%, a 59,3 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent LCOc1: 0,93%, a 63,03 dólares por barril.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código PAN/SA)

((Edição Redação São Paulo, 55 11 56447753))

REUTERS AAJ