
Por Allison Lampert e Nathan Gomes
2 Dez (Reuters) - A Boeing BA.N prevê fluxo de caixa positivo em 2026, impulsionado pelo aumento nas entregas de seus jatos comerciais, afirmou o diretor financeiro da empresa na terça-feira, fazendo com que as ações da fabricante de aviões norte-americana subissem 10%.
Sob a liderança do presidente-executivo Kelly Ortberg, a Boeing vem tentando melhorar sua imagem e vencer a corrida por encomendas de aeronaves de corredor único com a Airbus AIR.PA, após uma crise corporativa de mais de cinco anos que interrompeu a produção e aumentou seu endividamento.
O diretor financeiro da Boeing, Jay Malave, disse em uma conferência da UBS que espera que a empresa gere fluxo de caixa positivo em 2026, uma métrica acompanhada de perto pelos investidores, após uma saída de caixa negativa prevista de US$ 2 bilhões neste ano. Seria a primeira vez que a empresa geraria fluxo de caixa positivo desde 2023, de acordo com dados da LSEG.
"O que esperamos, de qualquer forma, é um fluxo de caixa livre positivo na casa de um dígito baixo, o que considero um crescimento bastante substancial em relação ao ano anterior", disse Malave.
Malave não divulgou um valor específico em dólares para o fluxo de caixa livre do próximo ano.
"Em termos gerais, esperamos que as entregas tanto do 737 quanto do 787 aumentem", disse Malave.
Maior Produção Alimenta a Confiança.
O aumento na produção dos jatos 737 e 787, após dificuldades em ambos os programas, aliado às melhorias na unidade de defesa e espaço da Boeing, estão impulsionando uma maior confiança dos investidores nos esforços de Ortberg para reerguer a empresa após os contratempos.
A valorização das ações da Boeing fez com que ela se tornasse a empresa com melhor desempenho no índice S&P 500 na terça-feira.
“Parece que os investidores estão dando mais credibilidade a essas previsões hoje do que há um mês”, disse o analista da Morningstar, Nicolas Owens.
Isso inclui o aumento da produção do Boeing 737, um jato de grande sucesso, após a queda acentuada na produção devido a uma crise de qualidade e greve sindical em 2024, combinado com o trabalho em uma nova fábrica do 787. (link) na Carolina do Sul, e progresso na obtenção da certificação, há muito adiada, de seu jato de fuselagem larga 777X.
"Essa é uma luz no fim do túnel que a Boeing não via há três anos", disse Owens sobre os diferentes programas.
Malave afirmou que espera que o jato de corredor único 737-10 da Boeing seja certificado ainda este ano, acrescentando que confia que a fabricante de aeronaves cumprirá a meta geral de fluxo de caixa livre de US$ 10 bilhões.
Historicamente, porém, a empresa ficou muito atrás da Airbus, em parte devido ao sucesso dos jatos A321neo da fabricante europeia e também porque uma série de problemas de segurança e industriais com a série 737 afetaram sua reputação.
A Airbus descobriu separadamente um problema de qualidade industrial (link) que afetou painéis da fuselagem de várias dezenas de aeronaves da família A320, disseram fontes da indústria na segunda-feira, após um recall de jatos no fim de semana devido a uma falha de software.