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PANORAMA 2-Ibovespa ultrapassa os 157 mil pontos; taxas dos DIs seguem acomodadas após IPCA-15

Reuters26 de nov de 2025 às 15:58

Por Fabricio de Castro

- O Ibovespa abriu a tarde com alta firme e acima dos 157 mil pontos, acompanhando o sinal positivo dos índices de ações nos Estados Unidos, onde os ativos precificam cerca de 83% de probabilidade de corte de juros pelo Federal Reserve em dezembro.

Essa perspectiva também colocava o dólar em baixa ante boa parte das demais divisas globais, mas no Brasil o real se mantinha próximo da estabilidade.

Na curva de DIs (Depósitos Interfinanceiros), as taxas oscilavam em torno da estabilidade mesmo após o IPCA-15 de novembro subir um pouco mais que o esperado, com aceleração dos preços de serviços, embora alguns agentes tenham enxergado alguns sinais positivos nos números.

No início da tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil por mês, com taxação mínima para a alta renda. No evento em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que é importante "saber corrigir as contas públicas".

Veja como estavam os principais mercados financeiros por volta das 12h40 desta quarta-feira:

CÂMBIO

O dólar se mantinha perto da estabilidade neste início de tarde de quarta-feira no Brasil, após a divulgação dos dados de inflação do IPCA-15 de novembro, enquanto no exterior a moeda norte-americana cedia ante uma cesta de divisas fortes.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15, considerado uma espécie de prévia da inflação oficial, subiu 0,20% em novembro, ante 0,18% em outubro. Economistas ouvidos em pesquisa da Reuters projetavam taxa de 0,18% em novembro.

A abertura dos números mostrou algumas medidas de inflação ainda pressionadas, segundo avaliação do banco Bmg. Os preços de serviços subiram 0,66% em novembro sobre o mês anterior, conforme cálculos do banco, ante 0,37% em outubro. Os serviços subjacentes avançaram 0,40% e os serviços intensivos em mão de obra tiveram alta de 0,62% em novembro, ante 0,24% e 0,41% no mês anterior, respectivamente.

A média dos núcleos de inflação do Banco Central subiu 0,28% em novembro, ante alta de 0,23% em outubro. Na outra ponta, os bens industriais registraram deflação de 0,06% pelos cálculos do Bmg, contra taxa negativa de 0,01% em outubro.

Já o ASA viu "um saldo qualitativo benigno" no IPCA-15, apontando para cálculo que mostra desaceleração da média móvel de três meses da inflação subjacente de serviços.

Neste cenário, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) se mantinham muito próximas dos ajustes da véspera, enquanto o dólar tinha movimentos tímidos ante o real.

No exterior, o dólar subia ante o iene JPY=, apesar da expectativa de que o Banco do Japão possa elevar sua taxa de juros. Por outro lado, a moeda norte-americana cedia ante o euro EUR= e a libra GBP=. O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- recuava.

. Dólar/Real BRBY: -0,09%, a R$5,3905 na venda;

. Euro/Dólar EUR=: +0,31%, a 1,1557 dólar;

. Dólar/Cesta de moedas .DXY: -0,28%, a 99,914 pontos.

BOVESPA

O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, rondando os 158 mil pontos no melhor momento, buscando a terceira alta seguida, ainda embalado pelas perspectivas envolvendo os próximos passos do banco central norte-americano.

Também no radar dos investidores da bolsa paulista estavam o IPCA-15 de novembro, que ficou um pouco acima das previsões, e aprovação pelo Senado de projeto de lei que regulamenta a aposentadoria de agentes de saúde, com efeito fiscal bilionário.

Na máxima até o momento, o Ibovespa alcançou 157.851,94 pontos.

Nos Estados Unidos, as apostas de que o Federal Reserve deve realizar novo corte na taxa de juros em dezembro voltaram a crescer, em meio a dados econômicos e declarações de autoridades do BC norte-americano.

"Isso tem feito com que o mercado suba", afirmou o analista de investimentos da Daycoval Corretora, Gabriel Mollo.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA avançava 1,13%, em dia positivo no setor, com dados sobre crédito no país em outubro também sob os holofotes. BRADESCO PN BBDC4.SA subia 1,74%, BANCO DO BRASIL ON BBAS3.SA valorizava-se 0,82% e SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA tinha alta de 1,22%.

- VALE ON VALE3.SA subia 1,07%, tendo como pano de fundo o fechamento positivo dos futuros do minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia, GERDAU PN GGBR4.SA era o destaque positivo, com elevação de 2,19%.

- PETROBRAS PN PETR4.SA tinha variação negativa de 0,06%, em dia de fraqueza dos preços do petróleo no exterior, enquanto agentes financeiros aguardam a divulgação do plano de negócios da estatal na quinta-feira. PETROBRAS ON PETR3.SA mostrava estabilidade.

- RUMO ON RAIL3.SA avançava 4,21%, tendo por perto a sua principal acionista, COSAN ON CSAN3.SA, com alta de 2,56%. Também como destaque positivo, RAÍZEN PN RAIZ4.SA, joint venture da Cosan com a Shell, valorizava-se 2,47%. O BTG Pactual negou notícia envolvendo aporte na Raízen.

- COGNA ON COGN3.SA e YDUQS ON YDUQ3.SA subiam 1,04% e 1,48%, respectivamente, tendo no radar mudanças na regulamentação da educação a distância (EaD), entre elas que avaliações presenciais passam agora a ser consideradas no cálculo da carga horária presencial do curso.

- MAGAZINE LUIZA ON MGLU3.SA perdia 2,05%, em dia de ajustes, após três altas seguidas, com o ganho acumulado em novembro até a véspera alcançando 21%.

- CASAS BAHIA ON BHIA3.SA, que não faz parte do Ibovespa, desabava 15,52%, após convocar assembleias de acionistas e debênturistas para decidir sobre um bilionário aumento do capital autorizado e reperfilamento de dívidas, com possibilidade de conversão de debêntures em ações.

DESTAQUES

. Ibovespa .BVSP: +0,06%, a 155.373,08 pontos;

. Índice dos principais ADRs brasileiros .BR20: +0,15%, a 20.917,73 pontos.

BOLSAS DOS EUA

Os principais índices de ações de Wall Street subiam nesta quarta-feira, com os investidores analisando uma nova série de dados econômicos e consolidando as expectativas de que o Federal Reserve poderá cortar a taxa de juros em dezembro.

. Dow Jones .DJI: +0,83%, a 46.832,73 pontos;

. Standard & Poor's 500 .SPX: +0,26%, a 6.722,68 pontos;

. Nasdaq .IXIC: +0,3%, a 22.938,87 pontos.

BOLSAS DA EUROPA

O índice pan-europeu STOXX 600 .STOXX tinha alta de 0,94%, a 573,34 pontos.

Em LONDRES, o índice Financial Times .FTSE avançava 0,86%, a 9.692,51 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX .GDAXI subia 0,79%, a 23.648,91 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 .FCHI ganhava 0,73%, a 8.084,42 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib .FTMIB tinha valorização de 0,91%, a 43.088,99 pontos.

Em MADRI, o índice Ibex-35 .IBEX registrava alta de 1,11%, a 16.320,70 pontos.

Em LISBOA, o índice PSI20 .PSI20 valorizava-se 0,99%, a 8.129,16 pontos.

JUROS

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) oscilam nesta tarde de quarta-feira próximas da estabilidade, mesmo depois de o IPCA-15 de novembro ficar um pouco acima do esperado por economistas, mostrando pressão nos preços de serviços.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15, considerado uma espécie de prévia da inflação oficial, subiu 0,20% em novembro, ante 0,18% em outubro. Economistas ouvidos em pesquisa da Reuters projetavam taxa de 0,18% em novembro.

A abertura dos números mostrou algumas medidas de inflação ainda pressionadas, segundo avaliação do banco Bmg. Os preços de serviços subiram 0,66% em novembro sobre o mês anterior, conforme cálculos do banco, ante 0,37% em outubro. Os serviços subjacentes avançaram 0,40% e os serviços intensivos em mão de obra tiveram alta de 0,62% em novembro, ante 0,24% e 0,41% no mês anterior, respectivamente.

A média dos núcleos de inflação do Banco Central subiu 0,28% em novembro, ante alta de 0,23% em outubro. Na outra ponta, os bens industriais registraram deflação de 0,06% pelos cálculos do Bmg, contra taxa negativa de 0,01% em outubro.

"Preços de serviços (vieram) altos, puxados por passagens aéreas. Mas o pior foi subjacentes e intensivos", comentou o economista-chefe do Bmg, Flavio Serrano. "Continua o desafio de desacelerar a inflação de serviços."

Já o ASA viu "um saldo qualitativo benigno" no IPCA-15, apontando para cálculo que mostra desaceleração da média móvel de três meses da inflação subjacente de serviços.

Neste cenário, as taxas dos DIs seguiam próximas dos ajustes da véspera.

Mais cedo, o Banco Central informou que as concessões de crédito no Brasil recuaram 1,1% em outubro na comparação com o mês anterior, com o estoque total de crédito avançando 0,9% no período, a R$6,914 trilhões.

No exterior, o rendimento do Treasury de dez anos US10YT=RR -- referência global para decisões de investimento -- subia.

Mês

Ticker

Taxa (% a.a.)

Ajuste anterior (% a.a.)

Variação (p.p.)

JAN/26

DIJF26

14,894

14,894

0

JAN/27

DIJF27

13,52

13,509

0,011

JAN/28

DIJF28

12,755

12,754

0,001

JAN/29

DIJF29

12,725

12,74

-0,015

JAN/31

DIJF31

13,055

13,099

-0,044

JAN/33

DIJF33

13,255

13,303

-0,048

DÍVIDA

Treasuries de 10 anos US10YT=RR: rendimento em alta a 4,0171%, ante 4,002% no pregão anterior;

PETRÓLEO

. Nymex - CLc1: +0,09%, a 58 dólares por barril;

. ICE Futures Europe - Brent LCOc1: -0,1%, a 62,42 dólares por barril.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código PAN/SA)

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