Ações globais de tecnologia vacilam com estagnação da alta liderada pela Nvidia

Por Rashika Singh e Rae Wee e Shashwat Chauhan

20 Nov (Reuters) - As ações de tecnologia dos EUA não conseguiram manter os ganhos iniciais na quinta-feira, com a alta impulsionada pela Nvidia perdendo fôlego e as preocupações sobre as elevadas avaliações no setor de tecnologia voltando à tona.

As ações da Nvidia NVDA.O caíram 2,2% após terem subido 5% no início do dia, quando seus resultados estelares atenuaram algumas preocupações sobre uma possível bolha da IA. (link), embora permaneçam dúvidas sobre o retorno desse enorme boom de gastos.

O otimismo global perdeu força entre as ações norte-americanas por volta do meio-dia, com as fabricantes de chips Advanced Micro Devices AMD.O e Micron Technology MU.O despencando 5,8% e 8,3%. O índice Philadelphia SE Semiconductor .SOX registrava queda de 2,8% no último registro.

"O fato de as pessoas que vendem os semicondutores para alimentar a IA não alivia as preocupações de que alguns desses hiperescaladores estejam gastando dinheiro demais na construção da infraestrutura de IA", disse Robert Pavlik, gestor sênior de portfólio da Dakota Wealth.

"Há uma empresa que se beneficia disso, mas as outras ainda estão gastando muito dinheiro."

As ações da Microsoft MSFT.O também caíram 1,3%, enquanto as da Alphabet GOOGL.O permaneceram praticamente estáveis.

O índice tecnológico europeu .SX8P também fechou bem abaixo de sua máxima da sessão, com um ganho de 0,1%, com a empresa holandesa ASML ASML.O fechando com alta de apenas 0,4% após ter chegado a subir 3,2%.

As ações da taiwanesa TSMC 2330.TW listadas nos EUA registravam queda de 0,6% no último registro. No início do pregão na Ásia, a SK Hynix 000660.KS fechou em alta de quase 2% e o índice Nikkei do Japão recuperou a marca de 50.000 pontos, com a alta das ações de fornecedores de chips e de empresas ligadas à inteligência artificial.

Investidores levaram em consideração as declarações do presidente-executivo da Nvidia, Jensen Huang, depois que ele descartou as preocupações com uma bolha, classificando a demanda como "incrível" e observando que as reservas se estendem até 2026. "Vemos algo muito diferente de um ciclo de hype passageiro", disse ele, apontando para a profunda integração da Nvidia em computação em nuvem, corporativa e de borda.

"Em meio a uma onda de preocupação antes da divulgação dos resultados, a Nvidia não apenas apresentou resultados e projeções sólidos, mas também superou as expectativas e elevou suas projeções, ficando ainda mais forte do que a maioria previa", disseram os analistas do J.P. Morgan.

"Em nossa opinião, os resultados são uma prova da forte execução em toda a vasta e complexa cadeia de suprimentos da Nvidia."

Enquanto alguns saudaram os resultados otimistas da empresa como prova de que o boom da IA estava intacto, outros se preocuparam com os riscos externos ligados ao investimento de capital e ao financiamento de seus clientes, bem como com os desafios relacionados à expansão da capacidade dos data centers devido às restrições de energia e à escassez de chips de memória.

A Nvidia também depende muito de um pequeno grupo de clientes, e a natureza cada vez mais circular de alguns de seus acordos tem gerado preocupações, já que as startups de IA têm dificuldades para gerar grandes lucros que justifiquem bilhões de dólares em financiamento.

No entanto, o status da Nvidia como a principal empresa da revolução da IA fez dela a única empresa no mundo a ultrapassar a marca de US$ 5 trilhões em valor de mercado, após uma valorização de suas ações de mais de 1.190% nos últimos três anos.

Em meio à volatilidade, as ações da Nvidia caíram quase 8% em novembro. No entanto, a ação ainda acumula alta de mais de 36% no ano.

A relação preço/lucro futura de 12 meses da Nvidia está em 28,44, abaixo dos 35,70 da AMD e muito inferior aos 62,38 da Intel.

Os resultados marcaram a primeira aceleração da Nvidia em sete trimestres, impulsionada pelo aumento expressivo nas vendas para data centers. A previsão de receita superou as estimativas e espera-se que as margens se mantenham na faixa intermediária dos 70% até o ano fiscal de 2027.

"A demanda ainda supera a oferta, com os provedores de hiperescala e fabricantes de servidores comprando agressivamente", disse Bob O'Donnell, analista-chefe da Technalysis Research.