
Por Shashwat Awasthi e Joanna Plucinska
7 Nov (Reuters) - A IAG ICAG.L, proprietária da British Airways, sinalizou na sexta-feira a fragilidade do mercado de viagens econômicas nos EUA, fazendo com que suas ações caíssem até 10%, mesmo após divulgar lucro operacional do terceiro trimestre em grande parte em linha com as expectativas e um aumento nas reservas.
É o mais recente grupo de companhias aéreas a sinalizar uma desaceleração no lucrativo mercado transatlântico, com a queda nas viagens da Europa para os EUA desde que o presidente Donald Trump assumiu o cargo com políticas que alguns consideram contrárias ao comércio e aos estrangeiros.
As ações da IAG caíram até 9,8%, para 373,7 pence, representando uma perda de cerca de 1,9 bilhão de libras (US$ 2,5 bilhões) em relação ao seu valor de mercado. As ações estavam a caminho de sua maior queda em um único dia desde o início de 2022.
RESERVAS EM ALTA
"Como esperado, o mercado do Atlântico Norte registrou alguma fragilidade no segmento de lazer econômico com ponto de venda nos EUA", disse a IAG em comunicado.
O grupo, que também é proprietário das Iberia, Vueling e Aer Lingus, afirmou que sua taxa de ocupação de passageiros — uma medida de quão eficientemente ocupa os assentos — caiu em todas as regiões, com uma queda de 2,4 pontos percentuais nas rotas do Atlântico Norte.
A receita por passageiro – outra métrica importante que mede a receita média por passageiro – caiu 7,1% na região do Atlântico Norte, em meio a uma queda geral de 2,4%.
Ainda assim, o grupo afirmou ter reservado 30% das suas passagens para o primeiro trimestre, e o presidente-executivo Luis Gallego declarou em uma teleconferência com a imprensa que não estava preocupado com uma possível fragilidade transatlântica que pudesse se estender ao próximo ano.
As companhias aéreas europeias apresentaram perspectivas cautelosamente otimistas para as viagens transatlânticas até 2026, com muitas apontando para a pior queda ocorrida no início deste ano, quando Trump anunciou tarifas abrangentes em vários mercados ao redor do mundo.
"Precisamos levar em consideração que estamos comparando com um trimestre muito forte do ano passado", disse Gallego sobre o desempenho do terceiro trimestre.
O lucro da IAG nos três meses encerrados em 30 de setembro foi de 2,05 bilhões de euros (US$ 2,4 bilhões), um aumento de 2% em relação ao ano anterior, e em grande parte em linha com a estimativa consensual compilada pela empresa de 2,1 bilhões de euros.
A receita do trimestre manteve-se estável em 9,33 bilhões de euros e o grupo manteve suas previsões para o ano todo.
Até o fechamento de quinta-feira, as ações da IAG haviam disparado quase 40% neste ano, superando os ganhos de 25% e 21% de suas concorrentes Air France AIRF.PA e Lufthansa LHAG.DE, respectivamente.