Blackstone mostra fluxo de negócios e ativos recordes em resultado acima do esperado

Por Arasu Kannagi Basil e Isla Binnie

23 Out (Reuters) - O conjunto de ofertas públicas iniciais na carteira da Blackstone BX.N indica que a empresa pode estar prestes a dar início a um dos maiores anos de sua história para tais negócios, enquanto o total de ativos sob gestão subiu para um recorde de US$1,24 trilhão, disseram executivos da companhia norte-americana de investimentos nesta quinta-feira.

Nos últimos meses, as transações têm sido frequentes e rápidas, depois da volatilidade no início do ano, após o anúncio de tarifas de importação feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Isso ocorre à medida que as diretorias das empresas se adaptam à incerteza persistente.

"Leva tempo para realizar IPOs, leva tempo para realizar processos de vendas, mas a perspectiva geral que ouvimos está melhorando. Essa barragem de negócios está se rompendo e deve levar a mais realizações ao longo do tempo", disse o presidente e diretor de operações, Jon Gray, a analistas durante apresentação do resultado da Blackstone no terceiro trimestre que superou estimativas do mercado.

"Foram alguns anos muito lentos em termos de atividade de transações e IPOs, portanto, há muita demanda reprimida e estamos começando a ver isso acontecer", disse Crispin Love, analista da Piper Sandler. Isso "é um bom preparo para 2026, quando você poderá ver um grande ano de atividade e realização de IPOs".

O lucro da Blackstone subiu 48%, para US$1,89 bilhão, ou US$1,52 por ação, no trimestre. Analistas esperavam US$1,23 por ação, de acordo com estimativas compiladas pela LSEG.

A Blackstone vendeu um total de US$30 bilhões em investimentos no trimestre, incluindo US$9,3 bilhões em ativos de private equity, mais do que dobrando o lucro dessa parte do negócio em relação aos três meses anteriores.

O modelo tradicional de private equity, que consiste em comprar e vender empresas, tem sofrido obstáculos, já que as companhias tentam se desfazer de ativos adquiridos durante períodos de taxas de juros muito mais baixas que as atuais.

A Blackstone abriu capital de três empresas no trimestre, incluindo a Legence, fornecedora de serviços de energia e manutenção.

Em crédito, a companhia liderou um investimento de US$7 bilhões em uma instalação de gás natural liquefeito de propriedade da Sempra SRE.N no estado norte-americano do Texas.

Ao todo, a Blackstone aplicou US$26,6 bilhões de capital no trimestre.

O braço de crédito e seguros da Blackstone foi responsável por quase dois terços dos US$54,2 bilhões em entradas de capital no trimestre, aumentando o total de ativos sob gestão para US$1,24 trilhão, o que, segundo o presidente-executivo, Stephen Schwarzman, foi um "recorde no setor".

Schwarzman destacou os investimentos em infraestrutura digital e de energia como áreas de crescimento futuro. Dentro do private equity, sua estratégia de infraestrutura teve o melhor desempenho.

A demanda no espaço de data centers continuou a crescer, com o portfólio da Blackstone vendo uma duplicação na carteira de projetos no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, disse Gray.

Questionado sobre a existência de uma possível bolha nos investimentos em centrais de processamento de dados, Gray disse que, embora algumas pessoas possam estar preocupadas, a necessidade mundial por essas infraestruturas está aumentando.

"A chave para nós (...) é garantir que façamos isso de forma prudente", disse Gray, afirmando que a empresa vai buscar locações de longo prazo e avaliar a qualidade de crédito dos locatários.

((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447753))

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