
Por Stephen Culp
NOVA YORK, 10 Out (Reuters) - Wall Street despencou nesta sexta-feira, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agitou os mercados ao lançar uma série de ameaças contra a China, depois que Pequim reforçou suas restrições às terras raras.
O Dow Jones .DJI caiu 1,90%, para 45.479,60 pontos. O S&P 500 .SPX perdeu 2,71%, para 6.552,51 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq .IXIC cedeu 3,56%, para 22.204,43 pontos.
Em uma publicação no Truth Social, Trump disse que está avaliando um aumento "maciço" das tarifas sobre produtos chineses e afirmou que não há motivo para se reunir com o presidente da China, Xi Jinping, em duas semanas, conforme planejado, acrescentando que há "muitas outras contramedidas" em consideração.
O discurso chocou os mercados e ameaçou prejudicar ainda mais as relações já tensas entre as duas economias.
Os três principais índices de ações dos EUA tiveram uma forte queda após os comentários de Trump. O S&P 500 e o Nasdaq sofreram suas maiores baixas percentuais em um único dia desde 10 de abril. Em uma base semanal, o S&P 500 registrou seu maior declínio desde maio, enquanto a queda semanal do Nasdaq foi a mais acentuada desde abril.
"A segunda maior economia e a primeira maior economia estão discutindo novamente, e estamos vendo uma mentalidade de vender primeiro e perguntar depois para encerrar a semana", disse Ryan Detrick, estrategista-chefe de mercado do Carson Group. "A publicação do presidente Trump realmente surgiu do nada, o que abriu as portas para uma volatilidade extrema."
"E é importante lembrar que há muito tempo não tínhamos esse nível de volatilidade", acrescentou Detrick.
O índice Philadelphia de semicondutores .SOX caiu 6,3%, na esteira do anúncio de Trump.
A China produz mais de 90% das terras raras processadas e ímãs de terras raras do mundo, que são essenciais para produtos que vão desde veículos elétricos e motores de aeronaves até radares militares.
O recrudescimento das tensões entre as duas maiores economias globais pode desencadear grandes interrupções na cadeia de suprimentos, principalmente para os setores de tecnologia, veículos elétricos e defesa.
((Tradução Redação Brasília))
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