12 Set (Reuters) - Autoridades de saúde do governo Trump estão planejando vincular as vacinas contra o coronavírus à morte de 25 crianças, enquanto consideram limitar o acesso às vacinas, informou o Washington Post nesta sexta-feira, citando quatro pessoas familiarizadas com o assunto.
As conclusões parecem se basear em informações enviadas ao Sistema Federal de Notificação de Eventos Adversos de Vacinas, que contém relatos não verificados de efeitos colaterais ou experiências ruins com vacinas, acrescentou a reportagem.
A Reuters não verificou a reportagem de forma independente.
As ações dos fabricantes de vacinas Moderna MRNA.O caíram mais de 7%, enquanto a Pfizer PFE.N e a Novavax NVAX.O caíram quase 3%.
Autoridades de saúde do governo Trump planejam incluir a alegação de mortes pediátricas em uma apresentação na próxima semana a um influente painel de consultores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) que está considerando novas recomendações de vacinas contra a Covid, acrescentou a reportagem.
Reguladores em mais de 90 países não identificaram nenhuma preocupação nova ou não revelada em crianças ou mulheres grávidas com a vacina contra a Covid da Moderna, disse a empresa em uma resposta por email.
Em uma entrevista na CNN na semana passada, o comissário da FDA, Marty Makary, disse que "houve crianças que morreram por causa da vacina contra a Covid", citando o banco de dados autodeclarado do VAERS.
"Estamos fazendo uma investigação adequada", disse ele naquela entrevista, observando que a FDA planeja divulgar um relatório nas próximas semanas.
O secretário de saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., um crítico de longa data das vacinas, reverteu significativamente as recomendações de vacinas contra a Covid-19. A agência abandonou a orientação de vacinação de rotina para crianças saudáveis, adolescentes e mulheres grávidas, e restringiu a elegibilidade a adultos mais velhos e pessoas com condições médicas subjacentes.
A mudança de política provocou a resistência de organizações médicas e de saúde pública, incluindo a Academia norte-americana de Pediatria, que continua a recomendar a vacinação contra a Covid-19 para crianças e mulheres grávidas.
O presidente Donald Trump tem apoiado Kennedy apesar da pressão do Congresso, das preocupações com a saúde pública e dos riscos políticos de mudar as políticas de vacinação em todo o país.
Kennedy também reduziu o financiamento para a pesquisa de vacinas e demitiu a chefe do CDC, que faz as recomendações de vacinas nos EUA.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA e a Pfizer não responderam imediatamente ao pedido de comentário da Reuters.
(Reportagem de Sriparna Roy em Bengaluru)
((Tradução Redação São Paulo))
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