Moderna planeja demitir 10% da força de trabalho para cortar custos

31 Jul (Reuters) - A Moderna MRNA.O disse na quinta-feira que cortaria cerca de 10% de sua força de trabalho global e teria menos de 5.000 funcionários até o final do ano, à medida que a empresa de biotecnologia acelera seus esforços de corte de custos em meio à queda nas vendas de vacinas contra a Covid-19.

A mudança, anunciada em um memorando interno pelo presidente-executivo Stephane Bancel, faz parte do plano anterior da empresa de cortar as despesas operacionais em cerca de US$ 1,5 bilhão até 2027.

"Fizemos um progresso significativo ao reduzir a P&D conforme os testes respiratórios são concluídos, renegociando contratos com fornecedores e reduzindo os custos de fabricação", disse Bancel no memorando.

A Moderna disse no início deste ano que espera que os custos operacionais fiquem entre US$ 4,7 bilhões e US$ 5 bilhões em 2027.

A empresa de biotecnologia sediada em Cambridge, Massachusetts, tem apostado na receita de novas vacinas de mRNA, incluindo sua vacina combinada experimental contra COVID-gripe, para compensar a queda nas vendas de sua vacina contra Covid-19 e a adesão menor do que o esperado de sua vacina contra o vírus sincicial respiratório.

Mas as preocupações dos investidores sobre as perspectivas de novas vacinas e as mudanças na política de vacinas sob o comando do Secretário de Saúde dos EUA e cético em relação às vacinas, Robert F. Kennedy Jr., levaram a uma queda de mais de 20% nas ações da Moderna neste ano.

As ações, que perderam mais de 90% de seu valor desde os picos da pandemia, estavam sendo negociadas com queda de cerca de 4% na quinta-feira.

A Moderna havia dito em maio que não esperava aprovação regulatória para sua vacina combinada antes de 2026, já que a Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla inglês) dos EUA solicitou dados de estágio avançado mostrando a eficácia da vacina contra a gripe.

A empresa esperava lançar a vacina para a temporada de doenças respiratórias de outono em 2025 ou 2026.

Bancel reiterou no memorando a meta da empresa de ter mais oito aprovações para seus produtos nos próximos três anos.