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Trump impõe tarifas de 50% ao Brasil, exclui aeronaves, suco de laranja e energia

Reuters30 de jul de 2025 às 20:21

- O presidente dos EUA, Donald Trump, aplicou na quarta-feira uma tarifa de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros para combater o que ele chamou de "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas suavizou o golpe excluindo setores como aeronaves, energia e suco de laranja.

Isso foi um alívio para muitos em Brasília, que desde que Trump anunciou a tarifa (link) vinham pedindo proteções para os principais exportadores pegos no fogo cruzado. As ações da fabricante de aviões Embraer e da fabricante de celulose Suzano subiram.

" "Não estamos diante do pior cenário", disse o secretário do Treasury, Rogério Ceron, a repórteres. "É um resultado mais benigno do que poderia ter sido."

Em um folheto informativo sobre o decreto presidencial de Trump na quarta-feira, a Casa Branca vinculou as tarifas ao processo movido pelo Brasil contra Bolsonaro, que está sendo julgado por acusações de planejar um golpe para reverter sua derrota eleitoral de 2022.

A decreto foi emitida quando os EUA também anunciaram sanções (link) sobre um juiz do Supremo Tribunal Federal que supervisiona o julgamento de Bolsonaro, acusando o juiz de autorizar prisões preventivas arbitrárias e suprimir a liberdade de expressão.

Ainda assim, o decreto de Trump formalizando uma tarifa de 50% excluiu dezenas de exportações brasileiras importantes para os Estados Unidos, incluindo aeronaves civis, ferro-gusa, metais preciosos, celulose, energia e fertilizantes.

Entre as principais preocupações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estavam as aeronaves produzidas pela Embraer EMBR3.SA, que exporta 45% de suas aeronaves comerciais e 70% de seus jatos executivos para os Estados Unidos.

Analistas também alertaram sobre um sério impacto potencial na Suzano SUZB3.SA, uma das maiores produtoras de celulose do mundo.

As ações da Embraer subiram 11% em São Paulo e as da Suzano ganharam mais de 1% no pregão da tarde.

O ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, Welber Barral, alertou, no entanto, que ainda é cedo para comemorar. Ele estimou que a lista de produtos brasileiros exportados para os EUA abrange aproximadamente 3.000 itens, dos quais apenas uma fração foi excluída.

"Haverá um impacto", disse ele sobre as tarifas.

O decreto executivo de quarta-feira não incluiu isenções para carne bovina ou café, duas exportações importantes para os Estados Unidos, ele observou.

A Abiec, associação de produtores de carne bovina brasileira que representa a JBS JBS.N e a Marfrig MRFG3.SA, não comentou imediatamente a decreto de quarta-feira.

Na terça-feira, o grupo disse que as novas tarifas tornariam as vendas para os EUA "inviáveis".

Apesar da redação isentar “energia e produtos energéticos” das tarifas, as empresas de energia que operam no Brasil suspenderam os embarques de petróleo (link) para os Estados Unidos, citando incerteza, disse o grupo industrial IBP à Reuters.

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