Por Pritam Biswas e Ateev Bhandari
30 Jul (Reuters) - A Visa VN superou as estimativas de Wall Street para lucro e receita do terceiro trimestre na terça-feira, já que a empresa global de processamento de pagamentos foi ajudada pelos fortes volumes de gastos com cartão, apesar da fraqueza na economia em geral.
No entanto, a empresa de processamento de pagamentos manteve inalterada sua previsão de crescimento da receita líquida para o ano inteiro, o que fez com que as ações da empresa caíssem quase 2% no pregão estendido.
A Visa manteve sua previsão de crescimento anual da receita líquida em um dígito baixo para o ano fiscal de 2025.
A projeção inalterada para o ano fiscal de 2025 é "a provável causa da pressão negativa sobre as ações, pois implica uma desaceleração no crescimento da receita", afirmaram analistas da RBC Capital Markets em nota. Mas, considerando o cenário macroeconômico, acrescentaram que pode ser conservadorismo.
Analistas esperam uma potencial desaceleração nos gastos na segunda metade de 2025, à medida que os consumidores antecipam as despesas com produtos que eles esperam que fiquem mais caros quando as tarifas entrarem em vigor.
“Vimos algumas evidências de avanço em algumas categorias(em abril). Categorias específicas que as pessoas pensavam que poderiam ser atingidas por tarifas, de forma ainda mais significativa", disse o diretor financeiro Chris Suh em uma entrevista à Reuters, referindo-se ao momento em que as tarifas foram anunciadas pela primeira vez.
As mudanças nas políticas tarifárias dos EUA podem já estar pesando no crescimento dos pagamentos internacionais, com o volume dessas transações crescendo 12% no terceiro trimestre, mais devagar do que o aumento de 14% relatado no ano passado.
O presidente-executivo Ryan McInerney, no entanto, disse em uma teleconferência pós-lucros que a empresa não vê nenhum impacto significativo nas tarifas.
RESILIÊNCIA DO CONSUMIDOR
Os consumidores continuaram a usar pagamentos com cartão para compras essenciais, mesmo controlando os gastos discricionários em meio às incertezas econômicas provocadas pelas tensões geopolíticas e pelas políticas comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump.
Os serviços da empresa são usados por bilhões de pessoas no mundo todo para compras cotidianas, deixando a rede de cartões melhor posicionada para resistir a crises econômicas.
O volume global de pagamentos, um indicador dos gastos gerais de consumidores e empresas na rede Visa, aumentou 8% em dólar constante no trimestre encerrado em 30 de junho.
A receita líquida trimestral aumentou 14%, para US$ 10,17 bilhões, superando as estimativas dos analistas de US$ 9,84 bilhões, de acordo com dados compilados pela LSEG.
A Visa reportou lucros ajustados de US$ 2,98 por ação nos três meses encerrados em 30 de junho, também superando as estimativas de US$ 2,85 por ação.
Suas ações subiram quase 11% neste ano até o último fechamento, superando seus rivais, Mastercard MA.N e American Express AXP.N.
A American Express, que geralmente atende clientes abastados, também superou as estimativas (link) para lucro trimestral no início deste mês. A Mastercard deve divulgar seus lucros no final da semana.