29 Jul (Reuters) - As ações da Whirlpool WHR.N despencavam 12% nesta terça-feira, após a fabricante de eletrodomésticos reduzir sua projeção de lucro e dividendos para o ano, atribuindo o movimento à pressão de rivais que estão estocando importações antes das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Os papéis da empresa sediada em Michigan, conhecida por seus grandes eletrodomésticos, como geladeiras e máquinas de lavar, caíram 12,1%, a US$86, atingindo seu patamar mais baixo em mais de seis semanas.
O BofA Global Research rebaixou a ação da Whirlpool para "underperform", ante "neutra", e cortou preço-alvo a US$70, o segundo mais baixo em Wall Street.
O papel da Whirlpool era cotado a US$85,64, e agora acumula queda de 25% em 2025.
Na segunda-feira, a Whirlpool projetou lucro de US$6 a US$8 por ação em 2025, abaixo de sua previsão anterior de US$10.
A empresa agora espera vendas líquidas estáveis, contra previsão anterior de crescimento de cerca de 3% em base anual.
A Whirlpool também reduziu seu pagamento de dividendos no ano para US$3,60 por ação, versus US$7 anteriormente.
A companhia, que fabrica predominantemente nos EUA, espera se beneficiar das tarifas impostas por Trump sobre importações de eletrodomésticos no longo prazo. No entanto, a corrida de fabricantes asiáticos para vender seus produtos antes da entrada em vigor das tarifas prejudicou os resultados da empresa.
"Como esperado, o segundo trimestre continuou sendo impactado pelo estoque de importações asiáticas nos EUA por concorrentes", disse o presidente-executivo da Whirlpool, Marc Bitzer.
A Whirlpool registrou vendas líquidas de US$3,77 bilhões no segundo trimestre, abaixo da estimativa média de analistas de US$3,88 bilhões, segundo dados compilados pela LSEG.
O lucro trimestral caiu para US$1,17 por ação, contra US$3,96 um ano antes.
A fabricante de ferramentas Stanley Black & Decker SWK.N também apurou lucros menores devido à falta de clareza sobre as tarifas, o que fez com que suas ações caíssem cerca de 8%.
(Reportagem de Shashwat Chauhan em Bengaluru; reportagem adicional de Noel Randewich em San Francisco)
((Tradução Redação São Paulo))
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