MERCADOS GLOBAIS-Ações avançam e rendimentos do Tesouro dos EUA caem com balanços e tarifas em foco

Por Stephen Culp

NOVA IORQUE, 21 Jul (Reuters) - As ações em Wall Street avançavam nesta segunda-feira e os rendimentos dos títulos do Tesouro caíam à medida que as negociações entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais se intensificaram diante do prazo final de 1º de agosto para o início da cobrança de tarifas.

Todos os três principais índices de ações dos EUA subiam em oposição aos seus equivalentes europeus, enquanto o dólar se enfraqueceu em relação ao iene após as eleições de fim de semana no Japão.

A temporada de lucros do segundo trimestre também ganha força esta semana, com uma lista que inclui a Alphabet GOOGL.O e a Tesla TSLA.O, duas das "Sete Magníficas" ações de megacap ligadas à inteligência artificial.

A IBM IBM.N e a Intel INTC.O são dois nomes da área de tecnologia que devem apresentar seus relatórios durante a semana movimentada, que também inclui uma série de setores industriais, da General Motors GM.N à Union Pacific UNP.N.

"Estamos vendo um aparente retorno do domínio dos EUA para investidores de ações, e isso está sendo impulsionado por um consumidor americano muito resiliente", disse Oliver Pursche, vice-presidente sênior da Wealthspire Advisors em Nova York.

"Há uma percepção crescente de que o vaivém sobre tarifas não está nem perto de acabar, e isso está pressionando as ações europeias e as asiáticas até certo ponto", acrescentou.

As negociações comerciais ainda não produziram nenhum acordo significativo, com o prazo final para a imposição de tarifas pelo presidente Donald Trump, em 1º de agosto, se esgotando.

"Não estou convencido de que Donald Trump esteja interessado em fechar um acordo com a Europa ou outros grandes parceiros comerciais antes de 1º de agosto", disse Pursche. "Ele está interessado em criar uma narrativa diferente de qualquer coisa relacionada a Epstein, ou a alguns dos erros cometidos pelo ICE em prisões, deportações e detenções."

Em outra frente, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse à CNBC que é preciso "examinar toda a instituição do Federal Reserve e se ela teve sucesso". Com isso, Bessent aumentou ainda mais as preocupações sobre a autonomia do banco central dos EUA, após relatos de que Trump estaria considerando demitir o presidente da instituição, Jerome Powell.

"Isso tem uma motivação altamente política e tanto o secretário Bessent quanto o presidente Trump reconhecem e compreendem o enorme caos que um Fed não independente ou tentativas de demitir o presidente Powell causariam nos mercados. E não acredito que esse seja o objetivo ou desejo deles", disse Pursche.

O índice Dow Jones .DJI subia 0,51%, para 44.570,78, o S&P 500 .SPX tinha alta de 0,54%, para 6.330,72 e o Nasdaq Composite .IXIC avançava 0,72%, para 21.047,04.

As ações europeias caíram em meio às esperanças de um acordo comercial aceitável com os Estados Unidos antes do prazo final de 1º de agosto, enquanto a União Europeia considerava uma ampla gama de medidas retaliatórias.

O indicador MSCI de ações globais .MIWD00000PUS subia 0,18%, para 927,99, enquanto o STOXX 600 pan-europeu .STOXX caiu 0,16%.

O dólar perdia terreno à medida que o iene se fortalecia após as eleições de fim de semana no Japão, que viram a coligação governante perder a maioria na câmara alta.

O índice do dólar =USD, que mede a divisa em relação a uma cesta de moedas, incluindo o iene e o euro, caía 0,64% para 97,769, com o euro EUR= subindo 0,63% para US$ 1,1705. Contra o iene japonês JPY=, o dólar se enfraquecia 1,1%, para 147,18.

(Reportagem de Stephen Culp; reportagem adicional de Wayne Cole em Sydney e Lucy Raitano em Londres)

((Tradução Redação São Paulo))

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