BOLSA EUA-Wall Street cai com aumento de tensões no Médio Oriente; Boeing em perda

12 Jun (Reuters) - Os principais índices de Wall Street deslizaram, esta quinta-feira, com sinais da subida das tensões no Médio Oriente a afectarem o sentimento de risco e os investidores a procurarem mais clareza sobre os recentes acordos comerciais de Washington com a China.

A Boeing BA.N caiu 4,7%, após um avião 787-8 Dreamliner da Air India se ter despenhado minutos após a descolagem na cidade indiana de Ahmedabad, no oeste do país, matando mais de 200 pessoas.

Salientando o aumento da volatilidade no Médio Oriente, o Presidente Donald Trump afirmou, na quarta-feira, que pessoal norte-americano estava a ser retirado da região, já que este poderia ser um "lugar perigoso", e que os Estados Unidos não permitiriam que o Irão tivesse a arma nuclear.

Um alto responsável iraniano disse, na quarta-feira, que Teerão atacará bases norte-americanas na região se as negociações nucleares falharem e surgirem conflitos.

A China confirmou, esta quinta-feira, um acordo comercial com os Estados Unidos, dizendo que ambas as partes precisam de respeitar o consenso. Os investidores ainda estão à espera de mais detalhes sobre o quadro comercial discutido.

Cinco dos 11 principais subsectores do S&P 500 caíram. Os serviços de comunicação .SPLRCL foram os que mais perderam, com um declínio de cerca de 0,7%, enquanto que as 'utilities' .SPLRCU ganharam 0,8%.

A Alphabet GOOGL.O caiu 1,1%, enquanto que a Nvidia NVDA.O subiu 0,3%.

Entre outras movimentações, as acções da Oracle ORCL.N subiram 12,1%, após o fornecedor de serviços na nuvem ter aumentado a sua previsão de crescimento anual das receitas.

As acções das mineiras de ouro, cotadas nos Estados Unidos, também avançaram, já que os preços do ouro atingiram um máximo de uma semana. A Newmont NEM.N ganhou 2,4%, a Harmony Gold HMY.N subiu 2,1% e a AngloGold Ashanti AU.N subiu 5,2%.

Após um relatório de preços no consumidor manso na quarta-feira, dados dos preços no produtor mais suaves que o esperado e pedidos iniciais de subsídios de desemprego praticamente inalterados ajudaram a reduzir o nervosismo dos investidores à volta das pressões tarifárias sobre os preços.

Os investidores estão precificar 53,7 pontos base de cortes nas taxas até ao final do ano, segundo dados compilados pela LSEG. Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, as hipótsese de um corte de 25 pontos base em Setembro são de 60%.

Espera-se que os decisores de política mantenham as taxas inalteradas na próxima semana.

Com os investidores a esperarem cada vez mais que Trump chegue a acordos comerciais favoráveis com vários países nas próximas semanas, o índice de referência S&P 500 .SPX está apenas 2,1% abaixo do seu máximo receorde atingido em Fevereiro.

O índice Nasdaq .IXIC, dominado pelas tecnológicas, está a cerca de 2,9% dos níveis recorde atingidos em Dezembro.

A Goldman Sachs reduziu a probabilidade de recessão nos Estados Unidos para 30%, de 35%, devido à diminuição da incerteza à volta das políticas tarifárias de Trump.

Texto integral em inglês: nL4N3SF0W4