Por Samuel Indyk e Sarah Marsh
29 Mai (Reuters) - Um tribunal federal de apelações restabeleceu nesta quinta-feira as tarifas mais abrangentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um dia após um tribunal de comércio ter decidido que Trump havia extrapolado sua autoridade ao impor tarifas e ordenado o bloqueio imediato das mesmas.
A ordem não forneceu nenhuma opinião ou justificativa, mas instruiu os autores do caso a responderem até 5 de junho e o governo até 9 de junho.
A decisão surpreendente de quarta-feira do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA ameaçou cancelar ou, pelo menos, atrasar a imposição das tarifas do "Dia da Libertação" de Trump sobre a maioria dos parceiros comerciais dos EUA, bem como as taxas de importação de mercadorias do Canadá, México e China relacionadas à sua acusação de que os três países estão facilitando o fluxo de fentanil para os EUA.
Autoridades sênior do governo Trump disseram que não se intimidaram com a decisão do tribunal de comércio, afirmando que esperavam prevalecer com um recurso ou empregar outros poderes presidenciais para garantir que as medidas entrassem em vigor.
A Casa Branca também disse que a decisão não interferiu em nenhuma das negociações com os principais parceiros comerciais que estão programadas para os próximos dias. Uma quarta rodada de negociações com o Japão está marcada para sexta-feira em Washington, e uma equipe de negociação comercial da Índia está indo para os EUA na próxima semana para discussões.
Os mercados financeiros, que oscilaram violentamente em resposta a cada reviravolta na caótica guerra comercial de Trump, reagiram com otimismo cauteloso à decisão do tribunal comercial, embora a alta das ações tenha sido amplamente limitada pelas expectativas de que a decisão do tribunal enfrente um processo de apelação potencialmente longo.
Analistas afirmaram que permanece uma ampla incerteza em relação ao futuro das tarifas de Trump, que custaram às empresas mais de US$34 bilhões em vendas perdidas e custos mais altos, de acordo com uma análise da Reuters.
Um tribunal federal separado, nesta quinta-feira, também considerou que Trump ultrapassou sua autoridade ao usar a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional para o que ele chamou de tarifas "recíprocas" de pelo menos 10% sobre produtos da maioria dos parceiros comerciais dos EUA e para taxas separadas de 25% sobre os produtos do Canadá, México e China relacionados ao fentanil.
No entanto, essa decisão foi muito mais restrita, e a ordem de suspensão das tarifas se aplicou apenas à empresa de brinquedos que apresentou o caso.
(Por Summer Zhen, Samuel Indyk e Sarah Marsh, Luc Cohen, Doina Chiacu, Nicholas P. Brown, David Ljunggren, Joseph Ax e Barbara Lewis)
((Tradução Redação Brasília)) REUTERS VB