Investing.com — Uma recuperação nas ações europeias pode estar sob pressão devido a possíveis fragilidades no crescimento global induzidas por tensões comerciais, segundo analistas do BofA (NYSE:BAC).
As ações europeias se recuperaram de uma correção desencadeada pelo início da agenda tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, com investidores animados por sinais de que a postura agressiva da Casa Branca pode estar diminuindo.
"Isso deixou o mercado de ações europeu passando de precificar uma forte desaceleração para precificar um cenário em que o aumento das tensões comerciais não leva a danos macroeconômicos perceptíveis", afirmaram os analistas do BofA.
Na segunda-feira, os EUA e a China concordaram em reduzir tarifas recíprocas e adiar temporariamente suas respectivas taxas por 90 dias.
A medida veio após o presidente dos EUA, Donald Trump, impor tarifas elevadas de pelo menos 145% sobre a China, levando Pequim a responder com suas próprias tarifas retaliatórias de 125%.
Após o acordo, as tarifas dos EUA sobre a China foram reduzidas para 30%, incorporando uma taxa básica de 10% e tarifas separadas de 20% relacionadas ao suposto papel de Pequim no fluxo do fentanil, droga ilegal. A China, por sua vez, cortou suas tarifas sobre produtos americanos para 10%.
Trump também anunciou anteriormente — e depois pausou — as chamadas tarifas "recíprocas" tanto para aliados quanto para adversários em abril.
Enquanto isso, dados econômicos recentes sugeriram uma ampla resiliência contra os obstáculos apresentados pelas tarifas, especialmente nos EUA.
No entanto, os analistas do BofA alertaram que esperam ver "um enfraquecimento do crescimento global à frente", observando que, mesmo após as pausas comerciais, a taxa tarifária efetiva dos EUA permanece 10 pontos percentuais mais alta em comparação com o início do ano.
Isso deve se traduzir em uma desaceleração de 70 pontos-base na produção dos EUA, projetaram, acrescentando que a incerteza persistente também poderia pesar sobre investimentos do setor privado.
Embora haja esperanças de que a trégua comercial também impulsione a economia chinesa, um retorno às estimativas anteriores de crescimento lento poderia prejudicar a atividade empresarial global, disseram os analistas.
"Com as ações europeias nos níveis atuais precificadas para uma alta no índice global de gerentes de compras, isso aponta para possibilidades de decepção", observaram.
Os analistas disseram que permanecem "negativos" em relação às ações da região e "subponderados" em ações cíclicas europeias versus ações defensivas. Nomes cíclicos tendem a ser influenciados pela economia mais ampla, enquanto defensivos são vistos como possíveis vencedores durante períodos de crescimento mais lento.
Espera-se que os setores de utilidades e de alimentos e bebidas vejam "renovada valorização" caso surja fraqueza econômica, enquanto ações de bancos e seguradoras seriam vulneráveis a essa tendência, disseram os estrategistas do BofA.
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