10 Abr (Reuters) - O ouro subiu mais de 1%, esta quinta-feira, com os investidores a afluírem ao lingote porto-seguro, após os Estados Unidos terem aumentado as tarifas sobre a China, o principal consumidor de metais, escalando a já acesa guerra comercial, apesar de uma pausa de 90 dias nas tarifas para outros países.
O ouro à vista XAU= subia 1,2% para os 3.120,01 dólares por onça às 0655 TMG. Na sessão anterior, o ouro registou o seu melhor dia desde Outubro de 2023. Os futuros de ouro dos Estados Unidos GCcv1 subiam 1,9% para os 3.137,20 dólares.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, na quarta-feira, que subiria a tarifa sobre as importações chinesas de 104% para 125%. As duas maiores economias do mundo envolveram-se numa série de tarifas recíprocas na semana passada.
No entanto, Trump decidiu reduzir temporariamente as pesadas taxas que impôs recentemente a vários países.
O ouro, protecção contra incertezas globais e inflação, subiu mais de 18% em 2025, impulsionado em grande parte pelos planos tarifários de Trump, expectativas de cortes nas taxas de juro pela Reserva Federal, tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Ucrânia, forte compra de bancos centrais e aumento dos investimentos em fundos negociados em bolsa apoiados pelo ouro.
Segundo as actas da última reunião da Reserva Federal, os decisores de política foram quase unânimes no mês passado em avisar que a economia norte-americana enfrentava riscos de uma inflação mais elevada, a par de um crescimento mais lento, com alguns a referirem que "compromissos difíceis" podem estar para vir.
O lingote, que não dá juros, pode perder o seu apelo se as pressões inflacionistas obrigarem a Reserva Federal a manter as taxas de juro mais elevadas.
Os investidores aguardam agora os dados do Índice de Preços no Consumidor dos Estados Unidos, a serem publicados mais tarde no dia, e o Índice de Preços no Produtor, na sexta-feira.
Texto integral em inglês: nL2N3QO02K