MERCADOS GLOBAIS-Acções sobem em 'rally' de alívio após Trump suspender tarifas

SINGAPURA, 10 Abr (Reuters) - As acções mundiais subiram e um 'selloff' maníaco de obrigações estabilizou, esta quinta-feira, após o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito que iria reduzir temporariamente as pesadas taxas que acabara de impor a dezenas de países.

No entanto, o forte 'rally' nocturno de acções e do dólar norte-americanos perdeu força com a intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China, com os investidores também perplexos com a reviravolta dos planos tarifários da administração Trump.

Após uma queda acentuada do mercado de dias que eliminou milhões de milhões de dólares das acções a nível global e sacudiu os títulos do Tesouro e o dólar norte-americanos, Trump anunciou, na quarta-feira, uma pausa de 90 dias em muitas das suas novas tarifas numa reversão chocante.

Isso fez com que os futuros europeus subissem acentuadamente na sessão asiática, com os futuros do EUROSTOXX 50 STXEc1 e os futuros do DAX FDXc1 a subirem quase 8% cada, enquanto que os futuros do FTSE FFIc1 ganharam 5,4%.

O Nikkei .N225, do Japão, também avançou mais de 8%.

Mas Wall Street fez uma pausa, após um 'rally' gigantesco durante a noite, com os investidores a terem dificuldade em aceitar as políticas económicas da administração norte-americana.

Os futuros do Nasdaq NQc1 caíram mais de 1% e os futuros do S&P 500 ESc1 caíram 0,8%.

Ambos os índices registaram os maiores ganhos percentuais diários em mais de uma década durante a sessão a dinheiro de quarta-feira.

O dólar caiu 0,8% face ao iene JPY=EBS e 0,6% face ao franco suíço CHF=EBS, não conseguindo sustentar o seu salto face às duas moedas portos-seguros na sessão anterior. FRX/

A reversão de Trump sobre as tarifas específicas de cada país não é absoluta. Uma taxa geral de 10% sobre quase todas as importações dos Estados Unidos permanecerá em vigor, disse a Casa Branca. O anúncio também não parece afectar os direitos sobre automóveis, aço e alumínio que já estão em vigor.

Ele também exerceu pressão sobre a China, afirmando que iria aumentar as tarifas sobre as importações chinesas para 125%, a partir do nível de 104% que entrou em vigor na quarta-feira.

Na quarta-feira, a China aumentou os direitos adicionais sobre os produtos norte-americanos para 84% e impôs restrições a 18 empresas norte-americanas, na sua maioria de sectores relacionados com a defesa.

No entanto, os investidores, por enquanto, parecem ver a última escalada das tensões comerciais sino-americanas com uma lente estreita, optando apenas por se concentrar na janela de 90 dias que Trump concedeu a dezenas de países.

O índice 'blue-chip' CSI300 .CSI300, da China, subiu 1%, enquanto que o índice Hang Seng .HSI, de Hong Kong, avançou 2,4%.

Ainda assim, o yuan 'onshore' CNY=CFXS caiu para o seu nível mais fraco desde Dezembro de 2007, para os 7,3518 por dólar.

Texto integral em inglês: nL2N3QO04Y