MERCADOS GLOBAIS-Ações e petróleo caem novamente após China reagir a tarifas de Trump

Por Caroline Valetkevitch e Harry Robertson

NOVA YORK/LONDRES, 4 Abr (Reuters) - Os mercados globais de ações despencaram e os preços do petróleo caíram pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira, com o Nasdaq Composite caminhando para um "bear market" (mercado em baixa), após a China reagir às tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, aumentando as preocupações com uma guerra comercial global.

Dados mostrando que a economia dos EUA criou muito mais empregos do que o esperado em março não ajudaram muito a melhorar o clima.

Em resposta às tarifas de Trump, a China disse nesta sexta-feira que vai impor taxas adicionais de 34% sobre produtos norte-americanos, confirmando os temores dos investidores de que uma guerra comercial global esteja em andamento.

Na quarta-feira, Trump aplicou uma tarifa de 10% sobre a maioria das importações dos EUA e taxas muito mais altas sobre dezenas de países, erguendo as maiores barreiras comerciais em mais de 100 anos.

"É uma espécie de pior medo sobre o rumo que o programa tarifário está tomando", disse Rick Meckler, sócio da Cherry Lane Investments, um escritório de investimentos familiar em New Vernon, Nova Jersey.

"Para os investidores que tinham certeza de que era apenas uma negociação -- embora isso ainda possa ser verdade em algum momento -- a situação está se aprofundando muito mais nos detalhes e se tornando mais perigosa para as empresas."

Preocupações com uma recessão global fizeram os preços do petróleo nos EUA caírem 8%, enquanto os investidores correram para a segurança dos títulos do governo norte-americano, colocando as taxas em forte baixa, e os operadores aumentaram as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve e por outros grandes bancos centrais.

As empresas com exposição à China também caíram. Apple AAPL.O, Nvidia NVDA.O e Amazon.com AMZN.O cederam drasticamente.

As ações dos bancos recuaram em todo o mundo à medida que os temores de uma recessão aumentaram. Em Nova York, o índice Dow Jones .DJI recuava 3,04%, para 39.315,21, o S&P 500 .SPX tinha baixa de 3,54%, para 5.205,34 e o Nasdaq Composite .IXIC cedia 3,59%, para 15.954,66.

O índice MSCI de ações globais .MIWD00000PUS cedia 3,81%, para 776,84, enquanto o índice pan-europeu STOXX .STOXX caía 5,2%.

Nos mercados de moedas, o dólar se recuperou em relação ao euro e reduziu as perdas ante o iene nesta sexta-feira, após a divulgação de dados de emprego nos EUA. O índice do dólar =USD subia 0,5%, após ter sua maior queda desde novembro de 2022 na quinta-feira.

Os empregos nos setores não agrícolas aumentaram em 228.000 em março, enquanto economistas previam elevação de 135.000 empregos.

O euro EUR= cedia 0,47% em relação ao dólar, a US$1,0998. Em relação ao iene japonês JPY=, o dólar enfraquecia 0,4%, para 145,47.

(Reportagem de Caroline Valetkevitch em Nova York e Harry Robertson em Londres; reportagem adicional de Rae Wee em Cingapura)

((Tradução Redação São Paulo))

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