Investing.com – A Wolfe Research atualizou sua avaliação sobre a economia dos Estados Unidos, refletindo preocupações crescentes com uma possível recessão.
A casa de análises reduziu sua projeção de crescimento do PIB dos EUA para 2025 de 2,2% para 1,6%, atribuindo a revisão a mudanças inesperadas na política econômica em Washington, incluindo a antecipação de tarifas comerciais.
“Após essa revisão, fomos questionados se isso pode levar ao fim do ciclo econômico. Nossa projeção base indica que o ciclo não será interrompido, pois a economia ainda se mantém em uma posição relativamente sólida”, afirmou Stephanie Roth, economista-chefe da Wolfe Research.
Ainda assim, a instituição vê uma probabilidade elevada de recessão, estimada entre 30% e 35%. Esse percentual é aproximadamente o dobro da probabilidade histórica incondicional de recessão, que gira em torno de 15%, mas ainda distante de um cenário central que indicaria uma recessão como inevitável.
Na análise do comportamento do mercado, a Wolfe Research destaca que o S&P 500 ainda não precificou totalmente suas projeções de recessão, enquanto o Russell 2000 e as ações do setor de construção residencial já incorporaram esse risco.
Modelos probabilísticos da firma, que comparam retornos de preços em seis meses com a probabilidade de uma recessão nos 12 meses seguintes, indicam que o S&P 500 reflete um risco de recessão de 24%, o Russell 2000 de 32% e o setor de construção residencial de 33%.
“Historicamente, o mercado precifica uma recessão de forma mais ampla quando esses modelos atingem 40% ou mais”, ressaltou Roth.
Além disso, a economista observa que a duração dos títulos de renda fixa nos EUA — indicador que mede a sensibilidade dos preços dos títulos a mudanças nas taxas de juros — ainda reflete pouco risco de recessão.
Isso sugere um perfil assimétrico de retorno: caso a economia enfraqueça, os rendimentos dos títulos teriam maior espaço para cair, mas, se a economia permanecer estável, as taxas de retorno dos títulos não subiriam tanto.
Por outro lado, os spreads de crédito — que medem a diferença de rendimento entre títulos corporativos e papéis do governo considerados mais seguros — permanecem estreitos, indicando que o mercado de crédito ainda precifica uma baixa probabilidade de recessão.