BOLSA EUA-Futuros sobem com foco a virar para dados chave da inflação

28 Fev (Reuters) - Os futuros dos índices de acções dos Estados Unidos subiram, esta sexta-feira, estabilizando após fortes quedas antes na semana, com os investidores a mudarem o seu foco para o valor chave da inflação que pode influenciar as expectativas em relação à trajectória da política monetária da Reserva Federal.

O índice de Despesas de Consumo Pessoal - o indicador de inflação preferido da Fed - é apresentado às 1330 TMG. Espera-se que os dados mostrem que os preços aumentaram 2,5% em Janeiro, numa base anual, face a um aumento de 2,6% no mês anterior.

Excluindo itens voláteis, como alimentos e energia, o índice deverá aumentar 2,6% no mês anterior face a um aumento de 2,8% em Dezembro.

O relatório de sexta-feira será crucial para os investidores que tentam avaliar o próximo movimento de política do banco central, numa altura em que os decisores de política reiteraram uma posição aguerrida sobre as taxas de juro, à medida que fazem um balanço do efeito potencialmente inflacionista que as políticas da nova administração de Donald Trump podem ter na economia.

Os investidores prevêem que a Fed baixe os custos dos empréstimos em 25 pontos base pela primeira vez este ano em Julho, segundo dados compilados pela LSEG, e mais tarde no dia, estes irão avaliar os comentários do presidente da Fed de Chicago, Austan Goolsbee.

Vários relatórios recentes sugerem uma economia em estagnação e receios de que empresas de tecnologia como a Nvidia NVDA.O e a Microsoft MSFT.O possam estar a gastar demais em infra-estruturas de inteligência artificial, o que colocou os principais índices de Wall Street a caminho de quedas mensais.

A referência S&P 500 .SPX registou quedas em cinco das últimas seis sessões e está a caminho da sua maior queda num mês desde Abril de 2024, enquanto que o Nasdaq .IXIC, dominado pelas tecnológicas, caiu mais de 8% face ao seu máximo de sempre, estando a caminho da sua queda mais acentuada num mês desde Setembro de 2023.

Nas negociações pré-abertura, a Nvidia subiu 0,5% após uma queda de 8,5% na sessão anterior, que fez desaparecer 274 mil milhões de dólares do seu valor de mercado, após a previsão de margem bruta trimestral mais fraca que a esperada da gigante dos 'chips' ter ofuscado uma perspectiva de receita optimista.

A Dell DELL.N perdeu 2,1%, após o fabricante de PCs ter previsto um declínio na sua taxa de margem bruta ajustada para o ano fiscal de 2026, atingida por custos mais altos para construir servidores de Inteligência Artificial.

A rival HP Inc HPQ.N caiu 3,3%, após as suas previsões de lucro trimestral terem falhado as expectativas.

'Megacaps' como a Alphabet GOOGL.O e a Meta META.O subiram 0,5% cada, enquanto que entre os bancos sensíveis às taxas, o JPMorgan Chase & Co JPM.N avançou 0,3% e o Bank of America BAC.N subiu 0,2%.

A mais recente ameaça de Trump de aplicar uma taxa extra de 10% sobre as importações da China atingiu as acções chinesas cotadas nos Estados Unidos, como a Alibaba BABA.N e a Xpeng XPEV.N, que caíram 4,4% e 8%, respectivamente.

Trump também disse que as suas tarifas propostas de 25% sobre produtos mexicanos e canadianos entrariam em vigor na terça-feira.

Entre as acções 'cripto', a MicroStrategy MSTR.O caiu 2,8% e a Coinbase COIN.O perdeu 2,6%, o que acompanhou os preços do bitcoin BTC= que caiu abaixo de 80.000 dólares.

Texto integral em inglês: nL3N3PJ0TW