Por Amanda Cooper e Koh Gui Qing
LONDRES/NOVA YORK, 23 Jan (Reuters) - As ações globais rondavam a estabilidade nesta quinta-feira, com o rali alimentado pelos planos de gastos de Donald Trump para infraestrutura de inteligência artificial perdendo força e com cautela em relação aos próximos passos do novo presidente dos Estados Unidos em relação ao comércio.
Dados semanais mostraram que o número de norte-americanos que entraram com pedido de auxílio-desemprego aumentou um pouco mais do que o esperado na última semana, o que afetou o dólar e elevou as ações, pois mostrou que o mercado de trabalho está forte.
O fator dominante para os mercados é o que Trump planeja fazer em relação à imposição de tarifas. Sem novos detalhes, a incerteza pesou sobre os mercados acionários, enquanto os rendimentos dos Treasuries subiram pelo segundo dia, já que os investidores em títulos se prepararam para uma eventual imposição de tarifas que pode estimular a inflação.
"As políticas do presidente Trump estão criando a tempestade perfeita de pressões inflacionárias", disse Nigel Green, presidente-executivo do deVere Group, uma empresa de consultoria financeira, acrescentando que outro acúmulo de pressões sobre os preços poderia levar o Federal Reserve a aumentar a taxa de juros.
"O Fed pode não ter outra escolha a não ser agir. Isso poderia desencadear uma volatilidade significativa no mercado", disse Green.
O índice da MSCI para ações globais .MIWD00000PUS tinha estabilidade estável, enquanto as ações dos EUA ficavam mistas.
O Dow Jones .DJI subia 0,56%, a 44.403,59 pontos. O S&P 500 .SPX tinha alta de 0,10%, a 6.092,73 pontos, enquanto o Nasdaq Composite .IXIC recuava 0,27%, a 19.955,12 pontos.
O rendimento do Treasury de dez anos US10YT=RR --referência global para decisões de investimento-- subia 6 pontos-base, a 4,654%, abaixo da máxima de 14 meses da semana passada, de 4,809%.
"Obviamente, ainda é cedo... Não vimos nenhuma surpresa (de Trump) até agora", disse Guy Miller, estrategista-chefe de mercados do Zurich Insurance Group.
"Na verdade, foi demonstrada certa moderação. Portanto, isso permitiu que os mercados financeiros refizessem sua precificação até certo ponto, permitindo que os rendimentos dos títulos voltassem a subir e que os ativos de risco subissem", disse ele.
Na Europa, o índice STOXX 600 .STOXX, que atingiu máxima recorde na quarta-feira, subiu 0,44%, para 530,34 pontos.
O índice do dólar =USD -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,17%, a 108,090.
O dólar tinha queda de 0,29% em relação ao iene JPY=, a 156,07, enquanto o euro EUR= era negociado a 1,0419 dólar, em alta de 0,09% no dia.
(Reportagem adicional de Dhara Ranasinghe em Londres)
((Tradução Redação São Paulo))
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