
Por Andreas Rinke e Matthias Williams
BERLIM, 15 Dez (Reuters) - O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, retomará as conversas com os enviados do presidente dos EUA, Donald Trump, em Berlim na segunda-feira, depois que o lado norte-americano disse que um "grande progresso" foi feito para acabar com o conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Zelenskiy se reunirá novamente com o enviado norte-americano, Steve Witkoff, e com o genro de Trump, Jared Kushner, após cinco horas de conversas no domingo, com outros líderes europeus também realizando reuniões na capital alemã ao longo do dia.
A Ucrânia afirmou no domingo que estava disposta a abandonar sua ambição de se juntar à aliança da Otan em troca de garantias de segurança ocidentais. No entanto, não ficou imediatamente claro até que ponto as conversações progrediram em relação a isso ou a outras questões vitais, como o futuro do território ucraniano, e se as negociações em Berlim poderiam persuadir a Rússia a concordar com um cessar-fogo.
O Kremlin disse na segunda-feira que a não adesão da Ucrânia à Otan é uma questão fundamental nas conversações sobre um possível acordo de paz.
"Naturalmente, essa questão é uma das pedras angulares e, é claro, está sujeita a uma discussão especial", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.
Peskov disse que a Rússia espera uma atualização dos EUA após as negociações em Berlim.
DIPLOMACIA EUROPEIA ENFRENTA SEMANA CRUCIAL
As conversações ocorrem no início de uma semana crucial para a Europa, com uma cúpula da UE na quinta-feira programada para decidir se pode subscrever um empréstimo maciço para a Ucrânia com ativos congelados do banco central russo.
Nas últimas semanas, a Europa tem sido alvo de críticas do governo Trump em relação às suas políticas de imigração, segurança e regulamentação de grandes tecnologias. A União Europeia e os governos nacionais têm se esforçado para encontrar uma resposta unificada às críticas dos EUA.
Os ministros das Relações Exteriores da UE se reúnem em Bruxelas na segunda-feira para buscar um acordo sobre novas sanções contra a Rússia, embora a possibilidade de um contratempo de última hora para a conclusão de um acordo comercial da UE com a América Latina ameace minar ainda mais suas tentativas de fazer uma demonstração de força.
"A coisa mais importante para nós agora é garantir que possamos financiar a Ucrânia", disse o ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, em Bruxelas.
"Precisamos tomar uma decisão para garantir que a Ucrânia esteja em condições de continuar sua luta pela liberdade e mostrar ao resto do mundo que a Europa é um ator forte. Caso contrário, cederemos ao quadro pintado pelo presidente norte-americano de que a Europa é fraca."
((Tradução Redação São Paulo))
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