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Hamas afirma que a morte de comandante sênior do Hamas por Israel ameaça cessar-fogo

Reuters14 de dez de 2025 às 14:49

Por Nidal al-Mughrabi e Menna AlaaElDin e Dawoud Abu Alkas

- O assassinato, por Israel, de um alto comandante do Hamas ameaça a viabilidade do cessar-fogo em Gaza, afirmou o principal negociador do grupo militante neste domingo, apelando ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que exija que Israel cumpra os termos da trégua.

Milhares de apoiadores do Hamas se reuniram no centro da Cidade de Gaza para o funeral do comandante sênior Raed Saed e de três membros do grupo mortos junto com ele no sábado.

As pessoas entoavam cânticos como "Os mártires são queridos por Deus" e carregavam os corpos em caixões cobertos com bandeiras verdes do Hamas, em uma das maiores demonstrações de presença do grupo desde que o acordo de cessar-fogo apoiado pelos EUA entrou em vigor em Gaza, em outubro.

Em um pronunciamento televisionado, Khalil al-Hayya, que vive exilado, confirmou a morte de Saed.

"As contínuas violações do acordo de cessar-fogo por parte de Israel... e os recentes assassinatos que tiveram como alvo Saed e outros ameaçam a viabilidade do acordo", disse Hayya.

"Apelamos aos mediadores, e especialmente ao principal fiador, a administração dos EUA e o presidente Donald Trump, para que trabalhem no sentido de obrigar Israel a respeitar o cessar-fogo e a comprometer-se com ele."

Fontes do Hamas descreveram Saed como o segundo em comando do braço armado do grupo, depois de Izzeldeen Al-Hadad. Israel afirma que Saed foi um dos principais arquitetos do ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel, que desencadeou a guerra.

Desde que Israel assassinou o líder do grupo, Yehya Al-Sinwar, em 2024, o Hamas não identificou um chefe-geral. Em vez disso, o grupo tem sido liderado por um conselho de alta liderança composto por cinco membros, do qual Hayya faz parte.

Desde o cessar-fogo, as forças israelenses mantêm o controle da metade oriental despovoada de Gaza, enquanto o grupo militante reafirmou o controle sobre a metade ocidental, onde quase todos os mais de 2 milhões de habitantes do enclave vivem em ruínas.

Os lados em conflito ainda não chegaram a um acordo sobre os próximos passos. Israel exige que o Hamas se desarme e seja impedido de participar de qualquer futura administração de Gaza. O Hamas afirma que não entregará suas armas e exige a retirada completa das forças israelenses.

O acordo prevê uma Força Internacional de Estabilização autorizada pela ONU para ajudar a manter a paz. Hayya afirmou que seu papel deve se restringir à separação dos lados na fronteira de Gaza, fora do território.

O Comando Central dos EUA, que supervisiona as forças militares norte-americanas no Oriente Médio, realizará uma conferência em Doha, no dia 16 de dezembro, com nações parceiras para planejar a Força Internacional de Estabilização para Gaza, disseram autoridades norte-americanas à Reuters.

Na região central da Faixa de Gaza, homens armados assassinaram Ahmed Zamzam, um oficial de alta patente do serviço de segurança interna controlado pelo Hamas, responsável por combater a colaboração com Israel. O Ministério do Interior de Gaza descreveu os atacantes como "colaboradores agindo sob ordens israelenses" e informou que um suspeito foi detido.

Mais tarde, neste domingo, Ghassan Duhine, líder do grupo Forças Populares anti-Hamas, entrincheirado na cidade de Rafah, ocupada por Israel, no sul da Faixa de Gaza, reivindicou a autoria da morte de Zamzam, no que ele descreveu como o início de "operações especiais".

"Nossos heróis realizaram uma vingança justa", disse Duhine. O Hamas classifica o grupo de Duhine e outros três grupos menores, que operam em áreas ainda ocupadas por Israel dentro de Gaza, como "colaboradores de Israel".

O assassinato do agente de segurança foi um ato raro no coração das áreas controladas pelo Hamas e um desafio à luz do dia.

A Reuters não conseguiu verificar a veracidade da notícia de forma independente. Os militares israelenses não se pronunciaram.

(Reportagem de Menna Alaa El-Din, Muhammad Al Gebaly e Nidal al-Mughrabi)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS PAL

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