ByteDance e Alibaba querem encomendar chips Nvidia H200 após sinal verde de Trump, dizem fontes

10 Dez (Reuters) - A ByteDance e a Alibaba 9988.HK perguntaram à Nvidia NVDA.O sobre a possibilidade de compra de seu chip de IA H200 depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que permitiria a exportação do produto para a China, disseram à Reuters quatro pessoas a par do assunto.

As empresas chinesas estão interessadas em fazer grandes encomendas do segundo chip de inteligência artificial mais poderoso da Nvidia, caso Pequim dê o sinal verde, disseram duas fontes. No entanto, elas continuam preocupadas com o fornecimento e estão buscando esclarecimentos da Nvidia, acrescentou uma delas.

Antes da decisão de Trump de permitir a exportação do H200, fabricado em Taiwan pela Nvidia, para a China, o semicondutor de IA mais avançado que podia ser legalmente exportado para o país era o H20. O H200 é quase seis vezes mais potente que o H20.

O governo chinês ainda não deu uma resposta clara ao anúncio de Trump sobre o H200. Nos últimos meses, o governo proibiu que centros de dados financiados pelo governo e empresas de tecnologia chinesas comprassem chips de IA da Nvidia, conforme relatado pela Reuters, afetando negativamente a participação de mercado da Nvidia na China.

O jornal The Information noticiou na quarta-feira que os reguladores chineses reuniram representantes de empresas como Alibaba, ByteDance e Tencent Holdings 0700.HK e pediram-lhes que avaliassem a sua procura pelo H200.

Segundo o jornal The Information, citando fontes, as autoridades disseram às empresas que elas seriam informadas em breve sobre a decisão de Pequim.

Atualmente, há uma produção muito limitada de H200, segundo duas outras pessoas familiarizadas com a cadeia de suprimentos da Nvidia, já que a gigante norte-americana de chips tem se concentrado em suas linhas de produção mais avançadas, Blackwell e Rubin, que serão lançadas em breve.

COMPRAS DISCRETAS

As empresas chinesas estão interessadas no H200, pois sua capacidade de treinar modelos de IA é atualmente incomparável com os equivalentes nacionais, que são mais adequados para inferência, disseram as fontes.

Universidades de elite chinesas, empresas de centros de dados e entidades ligadas às forças armadas da China também buscaram adquirir chips H200 por meio de canais de mercado paralelo, de acordo com uma análise da Reuters de mais de 100 licitações e artigos acadêmicos.

Antes do anúncio de Trump, qualquer pessoa que fornecesse o chip H200 a entidades chinesas estaria infringindo a lei federal que impede o envio de processadores de IA dos EUA para a China, caso estes ultrapassem um determinado limite de desempenho.

A mudança na política criou uma situação incomum em que, em teoria, chips de IA da Nvidia mais antigos e menos potentes, como o A100 e o H100, dois modelos populares na China, ainda estão sujeitos aos controles de exportação dos EUA, mas o H200 não.

No entanto, as empresas chinesas preveem que as autoridades poderão ter de rever os pedidos de compra e exigir a apresentação de casos de utilização, disseram as fontes, enquanto Pequim pondera os custos e benefícios de permitir as importações do H200 numa altura em que pretende incentivar as vendas de chips de IA fabricados na China por empresas como a Huawei e a Cambricon.

"O treinamento dos principais modelos de IA chineses ainda depende de placas da Nvidia", disse Zhang Yuchun, gerente geral das unidades de soluções e ecossistema da provedora de serviços em nuvem chinesa SuperCloud.

"Espero que as principais empresas de tecnologia chinesas comprem bastante, embora de forma discreta", acrescentou.

Questionado sobre o H200, o Ministério das Relações Exteriores da China limitou-se a afirmar que o país valoriza a cooperação com os Estados Unidos.

O ministério se recusou a comentar o assunto na quarta-feira.

(Por Liam Mo, Che Pan, Eduardo Baptista, Fanny Potkin e Wen-Yee Lee)

((Tradução Redação São Paulo))

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