
Por Maria Martinez e Sabine Siebold
BERLIM, 10 Dez (Reuters) - A Alemanha rejeitou a ideia de um novo banco multilateral de defesa, representando o mais recente revés para as propostas concorrentes de criação de uma instituição financeira global com apoio estatal para ajudar no rearme dos países europeus e membros da Otan.
O Ministério das Finanças de Berlim disse à Reuters na quarta-feira que o governo alemão rejeita a criação de mais instrumentos de financiamento para o setor de armamentos, acrescentando que nem o conceito de um "Banco de Defesa, Segurança e Resiliência" nem o de um "Banco Europeu de Rearme" estão sendo discutidos atualmente em órgãos da UE ou da Otan, e nenhum processo está em andamento para discutir uma possível participação estatal.
"O fortalecimento das capacidades de defesa é uma nova prioridade para o governo alemão", disse um porta-voz do Ministério das Finanças da Alemanha à Reuters. "No entanto, o governo alemão rejeita a criação de mais instrumentos de financiamento para o setor de armamentos. O foco do governo alemão é a rápida implementação dos instrumentos existentes, em consonância com os requisitos de capacidade dos Estados-membros."
Acrescentou ainda que o financiamento deveria ser obtido através da recém-criada "Ação de Segurança para a Europa" da UE (SAFE), que concede empréstimos aos Estados-Membros de até 150 bilhões de euros (US$ 175 bilhões) para aquisição conjunta.
Duas propostas concorrentes para uma nova instituição multilateral destinada a ajudar na arrecadação de fundos para o rearme têm buscado o apoio de governos e bancos. Tanto o ERB quanto o DSRB visam criar uma instituição com classificação de crédito AAA – a mais alta – para mobilizar rapidamente capital para aquisições de defesa na Europa, mas divergem quanto às propostas de adesão e aos termos de empréstimo.
Um porta-voz do ERB afirmou que um banco multilateral de defesa proporcionaria maior poder de fogo para o rearme da Europa do que as iniciativas existentes na região, acrescentando que um banco multilateral "incentivaria a expansão da capacidade, reduziria o provincianismo e otimizaria o investimento em defesa". Um porta-voz do DSRB recusou-se a comentar.
(US$ 1 = 0,8593 euros)