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Democracias precisam lutar por liberdade, diz venezuelana ganhadora do prêmio Nobel

Reuters10 de dez de 2025 às 14:26

Por Gwladys Fouche e Terje Solsvik

- As democracias precisam estar preparadas para lutar pela liberdade a fim de sobreviver, disse a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, nesta quarta-feira, em um discurso proferido por sua filha durante cerimônia à qual Corina não pôde comparecer.

A líder da oposição venezuelana disse que o prêmio tem um significado profundo, não apenas para seu país, mas para o mundo.

"Isso lembra ao mundo que a democracia é essencial para a paz", declarou ela por meio de sua filha, Ana Corina Sosa Machado, cuja voz ficou trêmula ao falar de sua mãe. "E, acima de tudo, o que nós, venezuelanos, podemos oferecer ao mundo é a lição forjada durante essa longa e difícil jornada: para ter uma democracia, precisamos estar dispostos a lutar por liberdade."

Um grande retrato de uma sorridente Corina foi pendurado na Prefeitura de Oslo para representá-la. O público vibrou e bateu palmas quando o chefe do Comitê Nobel norueguês, Joergen Watne Frydnes, disse durante seu discurso que Corina iria a Oslo.

Evocando os laureados anteriores Nelson Mandela e Lech Walesa, ele afirmou que se espera que os lutadores pela democracia "busquem seus objetivos com uma pureza moral que seus oponentes nunca demonstram".

"Isso não é realista. É injusto", disse ele.

"Nenhuma democracia funciona em circunstâncias ideais. Os líderes ativistas precisam enfrentar e resolver dilemas que nós, espectadores, somos livres para ignorar. As pessoas que vivem sob a ditadura muitas vezes têm que escolher entre o difícil e o impossível."

A engenheira de 58 anos deveria receber o prêmio em Oslo, na presença do rei Harald, desafiando uma proibição de viagem de uma década imposta pelas autoridades de seu país natal e depois de passar mais de um ano escondida.

Mas ela não conseguiu chegar à capital norueguesa a tempo para a cerimônia.

"Estarei em Oslo, estou a caminho de Oslo agora mesmo", disse Corina a Frydnes, em uma gravação de áudio divulgada pelo Instituto Nobel Norueguês.

Não ficou claro de onde ela estava ligando.

"Não sabemos exatamente quando ela aterrissará, mas em algum momento durante a noite", disse o diretor do instituto, Kristian Berg Harpviken, à Reuters.

Em 2024, Corina foi impedida de concorrer à eleição presidencial, apesar de ter vencido as primárias da oposição por uma vitória esmagadora. Ela se escondeu em agosto de 2024 depois que as autoridades ampliaram as prisões de figuras da oposição após a votação contestada.

A autoridade eleitoral e o tribunal superior declararam o presidente Nicolás Maduro como vencedor, mas observadores internacionais e a oposição afirmam que o candidato da oposição venceu com folga e a oposição publicou as contagens das urnas como prova de sua vitória.

((Tradução Redação São Paulo))

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