
Por Arpan Chaturvedi e Munsif Vengattil
NOVA DELI, 2 Dez (Reuters) - mandato da Índia (link) A exigência de que os fabricantes de smartphones pré-instalem um aplicativo estatal de segurança cibernética em todos os novos dispositivos desencadeou uma tempestade política, alimentando os temores de espionagem governamental na nação mais populosa do mundo.
O aplicativo, chamado Sanchar Saathi, ou Parceiro de Comunicação, está no centro de uma polêmica envolvendo a Apple AAPL.O, a Samsung 005930.KS, a Xiaomi 1810.HK e outras grandes empresas de tecnologia. Elas têm 90 dias para se adequarem.
O QUE O APLICATIVO OFERECE?
Atualmente disponível nas lojas de aplicativos da Apple e do Android, o Sanchar Saathi é apresentado como uma ferramenta de segurança centrada no cidadão.
Permite aos usuários bloquear e rastrear celulares perdidos ou roubados usando a Identidade Internacional de Equipamento Móvel (IME) do aparelho.(IMEI), que é um código único para o aparelho.
Também permite aos usuários verificar quantas conexões móveis estão registradas em seu nome, ajudando a identificar e desconectar números fraudulentos usados em golpes.
Funcionalidades adicionais incluem ferramentas para denunciar chamadas suspeitas de fraude e verificar a autenticidade de dispositivos usados antes da compra.
QUAL É O NOVO MANDATO?
Em 28 de novembro, o Ministério das Telecomunicações da Índia solicitou, em caráter privado, que todos os fabricantes de smartphones pré-instalassem o aplicativo em seus novos aparelhos, afirmando que ele deveria estar "visível, funcional e ativado" na primeira configuração. A Reuters foi a primeira a noticiar a medida, na segunda-feira.
O texto também afirma que os fabricantes devem garantir que os usuários não possam desativar ou restringir os recursos do aplicativo.
Para dispositivos já fabricados, as empresas devem instalar o aplicativo por meio de atualizações de software.
Uma fonte do setor com conhecimento direto da situação afirmou que as atualizações de software eventualmente disponibilizarão o aplicativo para os usuários de telefones existentes, o que significa que ele poderá alcançar mais de 735 milhões de pessoas.
O governo afirmou que a medida é essencial para combater o "grave risco" à segurança cibernética das telecomunicações causado pela adulteração do IMEI.
SANCHAR SAATHI EM NÚMEROS, COLETA DE DADOS
O governo indiano afirma que o aplicativo já foi baixado mais de 10 milhões de vezes e o sistema ajudou a bloquear mais de 4.2 milhões de telefones roubados ou perdidos, além de encerrar mais de 30 milhões de conexões móveis fraudulentas.
O governo afirma que o aplicativo "não captura automaticamente nenhuma informação pessoal específica sua sem o seu consentimento".
A política de privacidade informa que os usuários serão solicitados a conceder permissão para compartilhar o acesso às câmeras, fotos e arquivos dos iPhones. Para usos específicos.
Para Android, os usuários serão solicitados a compartilhar registros de chamadas. Enviar mensagens para registro, Fazer e gerenciar chamadas telefônicas "para detectar números de celular no seu telefone," bem como conceder acesso a câmeras e fotos.
A Apple está preocupada (link) A Reuters noticiou que a empresa tem relatado problemas de privacidade e vulnerabilidades de segurança. Segundo a Counterpoint Research, mais de 95% dos smartphones indianos utilizam o sistema operacional Android do Google, e o restante, o iOS da Apple.
LÓGICA GOVERNAMENTAL; RESPOSTA PÚBLICA E POLÍTICA
O governo indiano afirma que os criminosos frequentemente clonam ou falsificam números IMEI válidos em dispositivos roubados, tornando impossível rastrear os criminosos ou bloquear o hardware.
A Índia, que possui um grande mercado de celulares usados, também quer impedir que as pessoas comprem aparelhos roubados ou que estejam em listas negras.
Desde então, a medida tornou-se tema de debate na televisão local em horário nobre e nas redes sociais, atraindo fortes críticas de defensores da privacidade e membros da oposição política.
O principal partido da oposição, o Partido do Congresso, exigiu a revogação do mandato, classificando a medida como inconstitucional.
A internet Freedom Foundation, um grupo de defesa da liberdade de expressão, afirmou no X que "lutará contra essa direção até que ela seja revogada".