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Viola Fletcher, uma das últimas sobreviventes do Massacre de Tulsa, morre aos 111 anos

Reuters24 de nov de 2025 às 23:19

Por Jasper Ward

- Viola Fletcher, a sobrevivente viva mais velha do Massacre de Tulsa, morreu nesta segunda-feira aos 111 anos de idade, informou o prefeito da cidade.

"Hoje, nossa cidade lamenta a perda de Mother Viola Fletcher -- sobrevivente de um dos capítulos mais sombrios da história de nossa cidade", escreveu o prefeito de Tulsa, Monroe Nichols, nas mídias sociais.

"Mother Fletcher suportou mais do que qualquer pessoa deveria suportar, mas passou sua vida iluminando um caminho adiante com propósito."

Fletcher nasceu em Comanche, Oklahoma, ao sul de Oklahoma City, mudando-se para Tulsa com sua família durante a infância.

Ela tinha sete anos na época do massacre que começou em 31 de maio de 1921, quando atacantes brancos mataram cerca de 300 pessoas, a maioria delas negras, no próspero bairro de Greenwood, em Tulsa. A multidão também queimou e saqueou casas e empresas de Greenwood.

Em 2021, durante depoimento perante o Congresso dos EUA, Fletcher relembrou a violência que testemunhou na noite dos ataques, dizendo que ainda podia ver corpos na rua e sentir o cheiro da fumaça quase 100 anos depois.

"Ainda vejo empresas negras sendo queimadas. Ainda ouço aviões sobrevoando", disse ela. "Eu ouço os gritos. Eu vivo o massacre todos os dias."

Fletcher; seu irmão mais novo, Hughes Van Ellis, que faleceu em 2023 aos 102 anos; e Leslie Benningfield Randle, agora a última sobrevivente viva conhecida, processaram Tulsa em 2020 para obter reparações, incluindo uma isenção de impostos por 99 anos para residentes que são descendentes de vítimas do massacre.

O caso foi rejeitado pela Suprema Corte de Oklahoma. Em junho, Tulsa anunciou um fundo de US$105 milhões para lidar com os impactos duradouros do massacre.

O então presidente Joe Biden se reuniu com Fletcher, Van Ellis e Randle durante uma visita a Tulsa em 2021 para marcar o 100º aniversário do massacre.

"Devemos conhecer o bom, o ruim, tudo", disse Biden em um discurso durante a visita. "É isso que as grandes nações fazem. Elas se reconciliam com seus lados sombrios. E nós somos uma grande nação."

Violência semelhante após a Guerra Civil incluiu ataques de brancos contra comunidades negras em Wilmington, Carolina do Norte, em 1898, Atlanta, em 1906, e Chicago, em 1919. Em muitos casos, os agressores não foram processados, o trauma das vítimas não foi reconhecido publicamente e a história dos ataques foi enterrada.

(Reportagem de Jasper Ward)

((Tradução Redação Brasília))

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