O que esperar do balanço da Embraer (EMBR3) após primeiro trimestre no vermelho?

Investing.com – Em meio a processo de arbitragem com a Boeing (NYSE:BA), a fabricante de aeronaves brasileira Embraer (BVMF:EMBR3) vem ganhando mais destaque no cenário internacional diante de pressões nas suas concorrentes. Analistas saberão nesta quinta-feira, 08, se a companhia conseguiu, ou não, aproveitar essa oportunidade.

Os dados operacionais já foram monitorados de perto. A Embraer entregou 47 aeronaves no segundo trimestre de 2024, um aumento de 88% comparado com o trimestre anterior, quando 25 jatos foram entregues. Frente igual período do ano anterior, registrou uma entrega a menos. A carteira de pedidos firmes (backlog) somou US$21,1 bilhões, alta de 22% na comparação anual, mas estabilidade trimestral.

O consenso espera receitas de US$1,374 bilhão para a Embraer, com Ebitda de US$141 milhões e uma margem Ebitda de 10,3%. Para o lucro líquido, as projeções giram em torno de US$35 milhões.

O banco BTG (BVMF:BPAC11) projeta receitas de US$1,551 bilhão, Ebitda de US$148 milhões e margem Ebitda de 9,6%, além de um lucro de US$42 milhões. Os analistas do BTG seguem otimistas com a ação, com recomendação de compra e preço-alvo de US$32 para as American Depositary Receipts (ADRs), diante da melhoria da dinâmica em todas as divisões da empresa, comercial, executiva, defesa e serviços. “Combinando este raciocínio com uma tendência positiva dos lucros (suscetível de desencadear revisões em alta) cria uma tese convincente”, destacam em relatório divulgado no final de julho.

Em relatório de agosto, os analistas do BTG mencionam que o processo de arbitragem da Boeing, que pode ser concluído no terceiro trimestre, é um dos principais drivers do papel, além da participação em feiras, parcerias e campanhas comerciais. A arbitragem ocorre com impasse referente à compra mal-sucedida da Boeing da parte de aviação comercial da empresa brasileira.

“O segmento comercial deve se beneficiar da falta de capacidade de produção, o que ajuda a Embraer”, dizem os analistas sobre a empresa, que passa a ganhar terreno no cenário internacional. Enquanto isso, pedidos elevados no segmento executivo e aceleração no segmento de serviços e também são avenidas de crescimento.

A XP (BVMF:XPBR31) considera que os dados operacionais dão um tom positivo para os resultados do segundo trimestre, com entregas em linha com o esperado, mas melhor mix na divisão comercial, indicando melhor desempenho da receita.

“Além disso, a Embraer manteve sua carteira de pedidos estável no trimestre, implicando um nível book-to-bill de cerca 1,0x no 2T24, com destaque para o anúncio de pedidos de 20 aeronaves da Mexicana na frente comercial”, afirmou a XP.

Analistas do Santander (BVMF:SANB11) estimam um Ebitda de R$747 milhões e lucros de R$156 milhões. A plataforma InvestingPro projeta um lucro por ação (LPA) de R$0,31 e uma receita de R$8,045 bilhão. Confira dados detalhados na plataforma.

Dados do primeiro trimestre

A Embraer reportou, no primeiro trimestre deste ano, receitas totais de R$4,5 bilhões, um aumento de 19% em relação ao ano anterior. Apesar disso, reportou prejuízo ajustado de R$63,5 milhões, contra resultado negativo R$460,5 milhões apurado um ano antes, e lucro de R$350,6 milhões no quarto trimestre de 2023. A companhia entregou 25 jatos nos primeiros três meses do ano, sendo 18 jatos executivos (11 leves e 7 médios) e 7 jatos comerciais, contra um total de 15 aeronaves entregues no 1T23.