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EUA e Ucrânia continuarão trabalhando em plano de paz "refinado" para acabar com a guerra

Reuters24 de nov de 2025 às 08:59

- Os Estados Unidos e a Ucrânia devem continuar a trabalhar nesta segunda-feira em um plano para acabar com a guerra com a Rússia, depois de concordarem em modificar uma proposta anterior que foi amplamente vista como muito favorável a Moscou.

Os dois lados disseram em uma declaração conjunta que haviam elaborado uma "estrutura de paz refinada" após conversas em Genebra no domingo, embora não tenham fornecido detalhes específicos.

A Casa Branca disse separadamente que a delegação ucraniana havia dito que o plano "reflete seus interesses nacionais" e "aborda suas principais necessidades estratégicas", embora Kiev não tenha emitido uma declaração própria.

Não ficou claro como o plano atualizado lidaria com uma série de questões, inclusive como garantir a segurança da Ucrânia contra as ameaças contínuas da Rússia. Os Estados Unidos e a Ucrânia disseram que continuariam a "trabalhar intensamente" antes do prazo final de quinta-feira, embora o secretário de Estado, Marco Rubio, que liderou a delegação norte-americana durante as negociações, estivesse voltando para Washington no final do domingo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, manteve a pressão sobre a Ucrânia para chegar a um acordo. No domingo, ele disse que a Ucrânia havia demonstrado "zero gratidão" pelos esforços norte-americanos durante a guerra, levando as autoridades ucranianas a enfatizar seus agradecimentos pelo apoio de Trump.

Trump estabeleceu anteriormente um prazo até quinta-feira para que o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy aceite um plano de paz, mas Rubio disse no domingo que o prazo pode não ser definitivo.

Zelenskiy poderia viajar para os Estados Unidos já nesta semana para discutir os aspectos mais sensíveis do plano com Trump, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.

A proposta inicial de 28 pontos apresentada pelos EUA na semana passada pedia que a Ucrânia cedesse território, aceitasse limites para suas forças armadas e abandonasse suas ambições de entrar para a Otan. Esses termos equivaleriam a uma capitulação para muitos ucranianos após quase quatro anos de luta no conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

O plano original surpreendeu autoridades norte-americanas, e duas fontes disseram no sábado que ele foi elaborado em uma reunião de outubro em Miami que incluiu o enviado especial Steve Witkoff, o genro de Trump, Jared Kushner, e Kirill Dmitriev, um enviado russo que está sob sanções dos EUA.

Os aliados europeus afirmaram que não estavam envolvidos na elaboração do plano original e divulgaram uma contraproposta no domingo, que reduziria algumas das concessões territoriais propostas e incluiria uma garantia de segurança no estilo da Otan dos Estados Unidos para a Ucrânia, caso fosse atacada.

As negociações ocorrem em um momento em que a Rússia vem ganhando terreno lentamente em algumas regiões, enquanto as instalações de energia e gás da Ucrânia têm sido atingidas por ataques de drones e mísseis, deixando milhões de pessoas sem água, aquecimento e energia por horas todos os dias.

Zelenskiy também está sob pressão em seu país, pois um grande escândalo de corrupção envolveu alguns de seus ministros, despertando uma nova raiva contra a corrupção generalizada. Isso complicou os esforços do país para garantir financiamento para manter sua economia em funcionamento.

Kiev ganhou força nas últimas semanas depois que os Estados Unidos endureceram as sanções ao setor petrolífero russo, principal fonte de financiamento da guerra, enquanto seus próprios ataques com drones e mísseis de longo alcance causaram danos consideráveis à indústria.

(Reportagem de Olivia de Poidevin; reportagem adicional da equipe da Reuters)

((Tradução Redação Barcelona))
REUTERS MS

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