
Por Julia Payne e Anastasiia Malenko
JOHANESBURGO/KIEV, 22 Nov (Reuters) - Líderes europeus e outros líderes ocidentais disseram no sábado que um plano de paz dos EUA é base para as negociações para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia, mas precisa de "trabalho adicional", parte dos esforços ocidentais para conseguir um acordo melhor para Kiev antes do prazo de quinta-feira.
Reunidos à margem de uma cúpula do G20, os líderes europeus e de outros países ocidentais buscaram apresentar uma resposta coordenada à exigência do presidente dos EUA, Donald Trump, de que a Ucrânia aceite seu plano de paz de 28 pontos com a Rússia até quinta-feira.
O plano dos EUA, que endossa as principais demandas russas, foi recebido com críticas comedidas em muitas capitais europeias, com os líderes tentando equilibrar os elogios a Trump por tentar acabar com o conflito, mas também reconhecendo que, para Kiev, alguns dos termos de sua proposta são desagradáveis.
"O esboço inicial do plano de 28 pontos inclui elementos importantes que serão essenciais para uma paz justa e duradoura", disseram líderes da União Europeia e de Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Holanda, Espanha, Finlândia, Itália, Japão e Noruega.
"Acreditamos, portanto, que o esboço é uma base que exigirá trabalho adicional", disseram eles em um comunicado.
Os líderes se reuniram depois que o presidente Volodymyr Zelenskiy afirmou na sexta-feira que seu país enfrentava a opção de perder sua dignidade e liberdade ou o apoio de Washington em relação ao plano. Ele apelou para a unidade dos ucranianos, prometendo nunca trair a Ucrânia.
Esse sinal levou os líderes europeus a se unirem.
Uma fonte do governo alemão disse que eles se reuniram em uma sala em Johanesburgo chamada "leão" e que os líderes haviam adotado o "espírito" do animal nas negociações para chegar a um acordo sobre uma maneira de tentar garantir um acordo melhor para a Ucrânia.
Enquanto os líderes agiam para apresentar uma resposta coordenada ao plano de paz de Trump, a Ucrânia disse que manteria conversações com autoridades norte-americanas de alto escalão na Suíça para acabar com a invasão em grande escala da Rússia na Ucrânia, que já está em seu quarto ano.
"A Ucrânia nunca será um obstáculo à paz, e os representantes do Estado ucraniano defenderão os interesses legítimos do povo ucraniano e os fundamentos da segurança europeia", afirmou um comunicado da Presidência ucraniana.
Zelenskiy acrescentou em um discurso: "Trata-se de muito mais do que os pontos específicos deste ou daquele documento. Devemos garantir que em nenhum lugar da Europa ou do mundo prevaleça o princípio de que crimes contra pessoas e a humanidade, contra Estados e nações, possam ser recompensados e perdoados."
(Reportagem adicional de Andreas Rinke)
((Tradução Redação São Paulo))
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