
GENEBRA, 21 Nov (Reuters) - O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reduzirá seu orçamento para 2026 em 17%, para 1,8 bilhão de francos suíços (US$2,23 bilhões), e cortará 2.900 postos de trabalho, informou em um comunicado na sexta-feira.
Os orçamentos de ajuda estão enfrentando um déficit sem precedentes, à medida que os doadores mudam seu foco para a defesa, forçando os órgãos humanitários a tomar decisões difíceis sobre quem ajudar em meio a vários conflitos e deslocamentos recordes.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos, maior contribuinte global de ajuda, estão reformulando seus programas de assistência externa sob o comando do presidente Donald Trump, que prioriza as políticas "America First".
"O CICV continua empenhado em trabalhar na linha de frente dos conflitos, onde poucos podem atuar", disse a presidente Mirjana Spoljaric após uma reunião de sua assembleia.
"Mas a realidade financeira está nos forçando a tomar decisões difíceis para garantir que possamos continuar a prestar assistência humanitária essencial àqueles que mais precisam."
Os cortes de postos de trabalho equivalem a cerca de 15% da equipe global do CICV de 18.500 pessoas e seguem medidas anteriores de aperto de cinto em 2023.
Um terço dos cortes será feito por meio de demissões em massa voluntárias e deixando vagas em aberto, informou comunicado.
O órgão humanitário com sede em Genebra está presente em mais de 90 países e suas atividades vão desde o fornecimento de ajuda humanitária básica até a visita a prisioneiros de guerra.
Ele atua como um intermediário neutro em conflitos e transferiu reféns de Gaza, bem como prisioneiros palestinos, de acordo com os termos do cessar-fogo de 10 de outubro.
(Reportagem de Emma Farge)
((Tradução Redação São Paulo))
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