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Espera-se que Ucrânia ceda terras e algumas armas sob plano de paz dos EUA, dizem fontes

Reuters19 de nov de 2025 às 18:59

Por Tom Balmforth e Anastasiia Malenko

- Os Estados Unidos sinalizaram ao presidente Volodymyr Zelenskiy que a Ucrânia precisa aceitar uma estrutura elaborada pelos EUA para acabar com a guerra com a Rússia, que propõe que Kiev abra mão de território e de algumas armas, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto nesta quarta-feira.

As fontes, que pediram para não serem identificadas devido à sensibilidade do assunto, disseram que as propostas incluíam a redução do tamanho das Forças Armadas da Ucrânia, entre outros pontos. Washington quer que Kiev aceite os pontos principais, disseram as fontes.

Tal plano representaria um grande revés para Kiev, que enfrenta novos ganhos territoriais russos no leste da Ucrânia e Zelenskiy está enfrentando um escândalo de corrupção, que nesta quarta-feira levou o Parlamento a demitir os ministros da Energia e da Justiça.

A Casa Branca se recusou a comentar o assunto. O Departamento de Estado dos EUA não fez comentários imediatos.

Uma autoridade ucraniana disse anteriormente à Reuters que Kiev havia recebido "sinais" sobre um conjunto de propostas dos EUA para acabar com a guerra que Washington discutiu com a Rússia. A Ucrânia não teve nenhum papel na preparação das propostas, disse a fonte.

Zelenskiy, que estava mantendo conversações na Turquia nesta quarta-feira com o presidente Tayyip Erdogan, deve se reunir com oficiais do Exército dos EUA em Kiev na quinta-feira.

Sinais de um novo impulso da administração do presidente dos EUA, Donald Trump, para acabar com a guerra desencadearam o maior salto nos preços dos títulos do governo da Ucrânia em meses nesta quarta-feira.

Não houve nenhuma conversa cara a cara entre Kiev e Moscou desde uma reunião em Istambul, em julho, e as forças russas continuaram com a guerra de quase quatro anos de Moscou na Ucrânia, matando 25 pessoas em ataques durante a noite.

NENHUMA MUDANÇA NA POSIÇÃO DA RÚSSIA

Os esforços para reavivar as negociações de paz parecem estar ganhando força, embora Moscou não tenha demonstrado nenhum sinal de mudança em seus termos para encerrar a guerra.

O presidente russo, Vladimir Putin, há muito tempo exige que Kiev renuncie aos planos de se juntar à aliança militar da Otan, liderada pelos EUA, e retire suas tropas de quatro províncias que Moscou reivindica como parte da Rússia. Moscou não deu nenhuma indicação de que tenha abandonado qualquer uma dessas exigências e a Ucrânia diz que não as aceitará.

As forças russas controlam cerca de 19% do território ucraniano e estão avançando, enquanto realizam ataques frequentes à infraestrutura de energia ucraniana com a aproximação do inverno.

Zelenskiy disse na terça-feira que estava se preparando para "revigorar as negociações" e discutir com Erdogan como trazer uma "paz justa" para a Ucrânia.

"Fazer todo o possível para aproximar o fim da guerra é a principal prioridade da Ucrânia", disse ele.

A Turquia, um membro da Otan que permaneceu próximo tanto de Kiev quanto de Moscou, sediou uma rodada inicial de negociações de paz nas primeiras semanas da guerra em 2022, as únicas negociações desse tipo até este ano, quando Trump lançou uma nova tentativa de acabar com os combates.

O Kremlin disse que os representantes russos não estariam envolvidos nas negociações desta quarta-feira em Ancara, mas que Putin estava aberto a conversas com os EUA e a Turquia sobre os resultados das discussões.

TERRA EM TROCA DE GARANTIAS DE SEGURANÇA?

Nesta quarta-feira, citando uma autoridade dos EUA com conhecimento direto do assunto, o Axios relatou que o novo plano dos EUA previa que a Ucrânia concedesse a Moscou parte do leste da Ucrânia que não controla atualmente, em troca de uma garantia de segurança dos EUA para Kiev e a Europa contra futuras agressões russas.

Um diplomata europeu, comentando as supostas novas propostas dos EUA, disse que elas poderiam ser outra tentativa do governo Trump de "empurrar Kiev para um canto", mas acrescentou que não poderia haver solução que não levasse em consideração a posição da Ucrânia ou a dos aliados europeus de Washington.

Outro diplomata europeu disse que a sugestão de que a Ucrânia reduza seu exército parecia uma exigência russa em vez de uma proposta séria.

Uma delegação dos EUA liderada pelo secretário do Exército, Dan Driscoll, está em Kiev em uma "missão de apuração de fatos", informou a embaixada dos EUA em Kiev. O chefe do Estado-Maior do Exército, general Randy George, também está na delegação e ele e Driscoll se encontrarão com Zelenskiy na quinta-feira, disse à Reuters uma pessoa familiarizada com o assunto.

(Reportagem adicional de Hüseyin Hayatsever em Ancara, das Redações de Moscou e Istambul, John Irish em Paris)

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC

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