Turismo nos EUA deve ter grande sucesso com Copa do Mundo

Por Aishwarya Jain

19 Nov (Reuters) - O turismo internacional para os Estados Unidos poderá receber um impulso muito necessário com a Copa do Mundo de 2026, depois de um 2025 lento, quando os visitantes se afastaram em meio à inquietação com as políticas comerciais do presidente Donald Trump e às preocupações com o controle mais rigoroso das fronteiras.

A visitação estrangeira aos EUA caiu 4% no acumulado do ano até julho, de acordo com dados de vistos do National Travel and Tourism Office. A empresa de dados de viagens Tourism Economics projeta um declínio anual de cerca de 6,3% em 2025.

Isso poderá ser revertido no próximo ano, quando o maior evento esportivo do mundo deverá atrair mais de um milhão de visitantes ao ser realizado em 16 cidades-sede na América do Norte, 11 das quais nos EUA.

A Copa do Mundo, que ocorrerá de 11 de junho a 19 de julho, poderá ser responsável por aproximadamente um em cada três visitantes estrangeiros adicionais aos EUA em 2026, segundo estimativas da Tourism Economics.

As buscas por voos e hospedagem nas datas do torneio aumentaram quase 70% em relação ao mesmo período de 2025, disse Jaroslaw Grabczak, diretor de produtos comerciais da agência de viagens online eSky, com sede na Polônia.

Ele também estima que os preços das estadias podem aumentar 30% nos primeiros dias do evento e até 60% nos últimos dias de jogos.

As projeções de várias fontes colocam o número de visitantes estrangeiros entre 1 milhão e 6 milhões. Um relatório conjunto da Fifa e da Organização Mundial do Comércio também espera que os viajantes internacionais permaneçam por uma média de 12 dias, comprem dois ingressos por pessoa e gastem cerca de US$416 por dia.

O Airbnb ABNB.O espera que cerca de 232.000 hóspedes usem sua plataforma para reservar estadias nas cidades-sede dos EUA, e que cada um deles gaste cerca de US$142 por noite, segundo uma pesquisa encomendada pela empresa de aluguel por temporada.

Mas nem todas as cidades terão a mesma pontuação.

O sorteio oficial em 5 de dezembro definirá a programação e os locais dos principais jogos, o que moldará os padrões de demanda nas cidades-sede, especialmente porque algumas das 48 equipes têm um público muito maior do que outras.

Levando em conta o tamanho da base de torcedores e o histórico de visitação a eventos, entre outros fatores, espera-se que os jogos envolvendo Inglaterra, França, Brasil, Argentina e Portugal gerem uma demanda de viagens acima da média nas cidades-sede, disse a economista da Tourism Economics, Laura Baxter.

"Se a sua cidade sediar uma dessas equipes, espere uma grande demanda", disse Sébastien Long, presidente da Texas Short-Term Rental Association e presidente-executivo da empresa de aluguel de férias Lodgeur.

"Os torcedores viajam mesmo sem ingressos porque querem estar onde seu time está e assistir ao jogo com outros torcedores, seja em uma zona de torcedores ou em um bar", acrescentou.

Os cidadãos de 22 equipes participantes -- incluindo Brasil, Argentina e México -- não se qualificam para o Programa de Isenção de Visto dos EUA, o que poderia impedir a viagem de seus torcedores.

No entanto, Trump disse que os EUA agilizariam os vistos para visitantes estrangeiros com ingressos para os jogos.

(Reportagem de Aishwarya Jain, em Bengaluru; Reportagem adicional de Apratim Sarkar)

((Tradução Redação São Paulo))

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