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Siemens, da Alemanha, apresentará plano para reduzir sua participação de US$ 41 bilhões na Healthineers

Reuters10 de nov de 2025 às 15:53
  • Siemens deverá anunciar como reduzirá sua participação na Healthineers.
  • Investidores querem que a Siemens reduza sua participação de 70% na Healthineers.
  • O dinheiro convertido poderia ser usado para fusões e aquisições no setor de software.

Por John Revill

- O grupo alemão de engenharia Siemens SIEGn.DE deverá apresentar um plano para reduzir sua participação de 35 bilhões de euros (US$ 41 bilhões) na Siemens Healthineers SHLG.DE na quinta-feira.

Uma alienação considerável, que eclipsaria desinvestimentos recentes como a venda de parte da T-Mobile pelo SoftBank (link) 9984.T por US$ 4,8 bilhões, daria ao presidente-executivo da Siemens, Roland Busch, poder financeiro para buscar fusões e aquisições.

O diretor financeiro Ralf Thomas disse no ano passado (link) que a Siemens apresentará sua decisão sobre a Healthineers em seu dia de mercado de capitais, que acontece esta semana.

Siemens abriu o capital da fabricante de equipamentos de diagnóstico e imagem médica em 2018, mas manteve uma participação inicial de 85%. Desde então, reduziu gradualmente sua participação, vendendo 2% por cerca de 1,45 bilhão de euros em fevereiro (link).

Deka Investment, uma das 15 maiores acionistas da Siemens, quer que a empresa reduza sua participação de pouco menos de 70% para 51%, antes de possivelmente reduzir ainda mais a participação na Healthineers.

Ingo Speich, chefe de sustentabilidade e governança corporativa da Deka, disse que era uma oportunidade para Busch, de 60 anos, concentrar os esforços da Siemens em inteligência artificial e software industrial.

A OPORTUNIDADE DO PRESIDENTE-EXECUTIVO DE MOLDAR UM LEGADO

Busch, cujo contrato (link) vai até 2030, lidera a Siemens desde 2021 e decisões decisivas podem moldar seu legado, disse Speich.

"Este provavelmente será o último mandato de Busch. Ele apresentou resultados financeiros razoáveis, mas não deixou uma marca significativa que moldasse a Siemens para a próxima década", disse ele à Reuters.

Outro grande investidor da Siemens, que pediu para não ser identificado, também quer que a Siemens reduza sua participação na Healthineers para menos de 50% nos próximos anos, com uma venda gradual.

"A decisão mais importante na quinta-feira será o que acontecerá com a Healthineers", disse o investidor.

Siemens se recusou a comentar sobre seus planos ou sobre um relatório da Bloomberg (link) que informava que ela reduziria sua participação para menos de 40%, distribuindo ações da Healthineers aos seus acionistas.

A SAÍDA IMPULSIONARIA O PODER DE FOGO EM FUSÕES E AQUISIÇÕES.

Embora a Healthineers seja considerada uma empresa de alta qualidade, a sua venda permitiria à Siemens concentrar-se em áreas como software industrial e automação.

Isso também lhe daria mais margem para realizar aquisições que aprofundem as capacidades e complementem sua linha de hardware, que inclui controladores e sensores de fábrica.

"É lógico usar o dinheiro arrecadado com a Healthineers de uma maneira diferente, seja distribuindo-o aos acionistas ou usando-o como moeda de aquisição", disse Speich, da Deka.

"Busch quer uma Siemens forte para evitar rumores de aquisição e é importante ter uma Siemens grande com poder financeiro para grandes aquisições", disse ele.

Analistas afirmam que a saída será complexa e poderá levar anos.

TRÊS OPÇÕES PROVÁVEIS PARA REDUZIR A PARTICIPAÇÃO

Siemens provavelmente seguirá uma das três opções, disse Vlad Sergievskii, do Barclays.

Ele afirmou que a empresa poderia distribuir ações da Healthineers aos seus investidores como dividendo em espécie, transferi-las para uma holding separada e, em seguida, distribuí-las aos acionistas, ou vender gradualmente a participação.

Se Siemens distribuísse dois terços de sua participação na Healthineers como dividendo em espécie, teria que pagar 7 bilhões de euros em impostos na Alemanha, afirmou o JP Morgan, acrescentando: "Existem maneiras mais inteligentes de estruturar um processo como esse".

Distribuir as ações direta ou indiretamente por meio de uma nova empresa não geraria lucro para a Siemens e acabaria criando uma listagem secundária da Healthineers.

Entretanto, uma venda massiva de ações poderia ser um processo demorado, já que a Siemens teria que evitar a queda do preço das ações ao colocar grandes volumes no mercado.

As ações da Siemens valorizaram 31% em 2025, superando o índice Stoxx Europe Industrial Goods & Services, que subiu 21%. Já as ações da Healthineers, afetadas pela incerteza em relação à participação da Siemens, perderam 15%.

"Todas as três abordagens têm prós e contras", disse Sergievskii, do Barclays.

(1 dólar = 0,8575 euros)

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