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Papa pede "profunda reflexão" nos EUA sobre tratamento de Trump aos migrantes

Reuters4 de nov de 2025 às 23:50

Por Yesim Dikmen

- O papa Leão pediu nesta terça-feira uma "profunda reflexão" sobre a forma como os migrantes estão sendo tratados nos Estados Unidos sob a administração do presidente Donald Trump e disse que as necessidades espirituais daqueles que estão detidos precisam ser respeitadas.

Em entrevista a jornalistas em Castel Gandolfo, sua residência nos arredores de Roma, o papa foi questionado sobre os imigrantes detidos em uma instalação federal em Broadview, perto de Chicago, aos quais foi recusada a oportunidade de receber a Sagrada Comunhão, uma importante obrigação religiosa.

Natural de Chicago, Leão citou o capítulo 25 do Evangelho de Mateus.

"Jesus diz claramente que, no fim do mundo, nos perguntarão: como vocês receberam o estrangeiro? Vocês o receberam e o acolheram ou não? E acho que há uma profunda reflexão que precisa ser feita em termos do que está acontecendo", disse o pontífice.

"Muitas pessoas que viveram por anos e anos e anos, sem nunca causar problemas, foram profundamente afetadas pelo que está acontecendo agora", acrescentou.

Primeiro papa dos EUA, Leão já havia criticado anteriormente o tratamento dispensado pelo governo federal aos imigrantes envolvidos em uma repressão que tem agitado cidades em todo o país.

Em referência aos detentos de Broadview, ele disse nesta terça-feira que os direitos espirituais dos presos precisam ser considerados.

"Eu certamente convidaria as autoridades a permitir que os agentes pastorais atendam às necessidades dessas pessoas", disse ele.

"Muitas vezes, elas foram separadas de suas famílias por um bom período de tempo; ninguém sabe o que está acontecendo, mas suas próprias necessidades espirituais devem ser atendidas."

Uma delegação de clérigos, incluindo um bispo católico, tentou levar aos detentos a comunhão sagrada em 1º de novembro, a festa católica de Todos os Santos, mas o acesso às instalações foi negado.

Os detentos fazem parte da abordagem linha-dura de Trump em Chicago, onde o Departamento de Segurança Interna dos EUA afirma que mais de 3.000 pessoas foram detidas.

Eleito em maio para substituir o falecido papa Francisco, Leão tem demonstrado um estilo muito mais reservado do que seu antecessor, mas começou a criticar o governo Trump mais abertamente, atraindo uma reação acalorada de alguns católicos conservadores proeminentes.

Em seu primeiro documento importante, publicado em 9 de outubro, ele fez um apelo para que o mundo ajudasse os imigrantes e evocou uma das críticas mais fortes de Francisco a Trump.

Em resposta aos jornalistas nesta terça-feira, Leão também discordou do envio de navios de guerra pelo governo dos EUA para os mares nas proximidades da Venezuela.

Ele disse que o papel das Forças Armadas deveria ser "defender a paz", enquanto a ação de Trump estava "aumentando a tensão".

"Não venceremos com violência, a coisa (certa) é buscar o diálogo e uma maneira correta de encontrar soluções para os problemas que podem existir em um país."

(Reportagem de Yeshim Dikman)

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS MCM

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