
Por Sarah N. Lynch e Jack Queen
GREENBELT, 17 Out (Reuters) - John Bolton, ex-assessor de Donald Trump que se tornou um dos maiores críticos do presidente dos Estados Unidos, se entregou na manhã de sexta-feira sob acusação de ter manipulado indevidamente informações confidenciais.
Bolton, que foi indiciado na quinta-feira, é o terceiro de críticos proeminentes de Trump a enfrentar processo nas últimas semanas, enquanto o presidente dos EUA dispensa normas de décadas destinadas a isolar a aplicação da lei federal de pressões políticas.
Bolton não falou com os repórteres quando chegou ao tribunal em Greenbelt, Maryland, para se entregar.
De acordo com a acusação, Bolton compartilhou informações confidenciais com dois de seus parentes para possível uso em um livro que ele estava escrevendo, incluindo anotações sobre briefings de inteligência e reuniões com autoridades graduadas do governo e líderes estrangeiros.
"Pretendo lutar para defender minha conduta legal e expor o abuso de poder (de Trump)", disse Bolton em um comunicado na quinta-feira.
O advogado de Bolton Abbe Lowell afirmou que Bolton não compartilhou ou armazenou ilegalmente nenhuma informação.
Trump, um republicano que fez campanha para a Presidência com promessa de retribuição depois de enfrentar uma série de problemas legais quando seu primeiro mandato na Casa Branca terminou em 2021, tem agido ativamente com sua procuradora-geral, Pam Bondi, para apresentar acusações contra quem ele considera adversário.
Isso incluiu pressionar o Departamento de Justiça de Bondi a apresentar acusações contra o ex-diretor do FBI James Comey e a procuradora-geral de Nova York Letitia James, até mesmo expulsando um promotor que ele considerava estar se movendo muito lentamente para fazer isso.
Bolton atuou como assessor de segurança nacional da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump, antes de se tornar um dos críticos mais veementes do presidente. Bolton, também ex-embaixador dos EUA nas Nações Unidas, descreveu Trump como incapaz de ser presidente em um livro de memórias que lançou no ano passado.
A investigação sobre Bolton foi aberta em 2022, antes do governo Trump. Dentro do Departamento de Justiça, o caso é visto como mais forte do que os processos contra Comey e James, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
((Tradução Redação São Paulo))
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