
Por David Latona e Charlie Devereux
MADRID, 15 Out (Reuters) - A Comissão Europeia e o governo da Espanha rejeitaram nesta quarta-feira a última ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas mais altas a Madri devido à recusa do país em cumprir a meta de gastos com defesa proposta pela Otan.
Trump disse que estava "muito descontente" com a Espanha por ser o único país a rejeitar o novo objetivo de gastos de 5% da produção econômica, acrescentando que estava pensando em punir o país mediterrâneo. Anteriormente, ele havia sugerido fazer com que a Espanha "pagasse o dobro" nas negociações comerciais.
A política comercial está sob a alçada de Bruxelas e a Comissão "responderia adequadamente, como sempre fazemos, a quaisquer medidas tomadas contra um ou mais de nossos Estados membros", disse o porta-voz da Comissão, Olof Gill, em uma coletiva de imprensa.
O acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos, assinado em julho, era a plataforma certa para tratar de quaisquer questões, acrescentou Gill.
O QUE DIZEM A ESPANHA E A OTAN?
"O debate sobre os gastos com defesa não se trata de aumentar os gastos só por aumentar, mas de responder a ameaças reais", disse o Ministério da Economia e Comércio da Espanha em um comunicado. "Estamos fazendo nossa parte para desenvolver as capacidades necessárias e contribuir para a defesa coletiva de nossos aliados."
A Espanha mais do que dobrou os gastos nominais com defesa, de 0,98% do Produto Interno Bruto em 2017 para 2% este ano, o equivalente a cerca de 32,7 bilhões de euros.
A ministra da Defesa, Margarita Robles, disse que os aliados não estavam discutindo a meta de 5% para 2035 na reunião desta quarta-feira porque estavam priorizando a situação atual na Ucrânia, mas não descartou completamente uma mudança na posição da Espanha.
((Tradução Redação São Paulo))
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