
MOSCOU, 14 Out (Reuters) - O Kremlin disse nesta terça-feira que saúda o desejo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de se concentrar na busca de um acordo de paz para acabar com os combates na Ucrânia, depois de conseguir um cessar-fogo em Gaza, e espera que ele possa pressionar Kiev em direção a um acordo.
Ao discursar no Parlamento israelense um dia antes, depois de intermediar um acordo entre Israel e o Hamas, Trump falou sobre o desejo de fechar um acordo com o Irã sobre seu programa nuclear, mas disse que primeiro voltaria sua atenção para tentar acabar com a guerra na Ucrânia.
"Primeiro, temos que resolver a questão da Rússia. Temos que resolver esse problema. Se você não se importa, Steve, vamos nos concentrar na Rússia primeiro", disse Trump, dirigindo-se a Steve Witkoff, seu enviado especial que manteve conversações com o presidente russo, Vladimir Putin, no passado.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia continua aberta a conversações de paz.
"Certamente saudamos essas intenções e saudamos a confirmação da vontade política de fazer todo o possível para promover a busca de soluções pacíficas", disse Peskov, quando perguntado sobre os comentários de Trump.
"Já estamos bem familiarizados com o sr. Witkoff; ele é eficaz, provou sua eficácia agora no Oriente Médio e esperamos que seus talentos continuem a contribuir para o trabalho já em andamento na Ucrânia."
A Rússia acusa a Ucrânia de atrasar as negociações e de não concretizar a ideia de criar grupos de trabalho para considerar possíveis aspectos de um acordo. A Ucrânia acusa Moscou de não levar a sério um acordo e de apresentar condições que equivalem a pedir que ela se renda.
"O lado russo continua aberto e pronto para o diálogo pacífico, e esperamos que a influência dos EUA e as habilidades diplomáticas dos enviados do presidente Trump ajudem a incentivar o lado ucraniano a ser mais ativo e mais disposto a se envolver no processo de paz", declarou Peskov.
Peskov disse que o diálogo com os EUA sobre a Ucrânia foi paralisado, enquanto Trump falou sobre a possibilidade de fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro Tomahawk, algo que Moscou deixou claro que consideraria uma escalada perigosa.
(Reportagem da Reuters)
((Tradução Redação São Paulo))
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