Trump diz que poderá haver demissões em massa e cortes em projetos se paralisação continuar

WASHINGTON, 2 Out (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que funcionários federais podem ser demitidos e projetos cortados se a paralisação do governo continuar, mesmo quando ele sugeriu que os norte-americanos podem receber cheques de reembolso de novas receitas tarifárias.

"Pode haver demissões em massa, e isso é culpa deles", disse Trump sobre os democratas no Congresso, quando perguntado em uma entrevista à rede de televisão OAN sobre um memorando recente do Escritório de Gestão e Orçamento que aumentou as perspectivas de demissões em massa.

"Poderíamos cortar projetos que eles queriam, projetos favoritos, e eles seriam cortados permanentemente", disse ele, acrescentando: "Tenho permissão para cortar coisas que nunca deveriam ter sido aprovadas em primeiro lugar e provavelmente farei isso."

O governo federal sofreu uma paralisação parcial na quarta-feira, depois que o Congresso não conseguiu chegar a um acordo sobre o financiamento, com a continuidade apenas dos serviços essenciais.

Trump disse que as receitas das novas tarifas estavam apenas começando a fazer efeito, mas que poderiam chegar a US$1 trilhão por ano. Ele disse que parte dos fundos ajudaria a pagar a dívida do governo, que, segundo ele, poderia chegar a US$38 trilhões.

A estimativa de tarifas de Trump excede em muito a do secretário do Tesouro, Scott Bessent, que no mês passado disse que as receitas das taxas alfandegárias das tarifas de Trump poderiam chegar a US$500 bilhões por ano.

Dados do Tesouro dos EUA mostram que o governo federal tem US$37,64 trilhões em dívidas federais.

O presidente republicano disse que seu governo estava pensando em usar as receitas tarifárias para emitir cheques de reembolso para os norte-americanos.

"Também podemos fazer uma distribuição para o povo, quase como um dividendo para o povo dos Estados Unidos", disse Trump à OAN. "Estamos pensando em talvez US$1.000 a US$2.000. Seria ótimo."

(Reportagem de Kanishka Singh e Andrea Shalal)

((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC