Cook, do Fed, pede à Suprema Corte dos EUA que rejeite a tentativa de Trump de demiti-la

Por Andrew Chung

25 Set (Reuters) - A diretora do Federal Reserve Lisa Cook pediu à Suprema Corte dos Estados Unidos nesta quinta-feira que rejeite a tentativa do presidente norte-americano, Donald Trump, de demiti-la, dizendo aos juízes que a medida sem precedentes destruiria a independência do banco central dos EUA e perturbaria os mercados financeiros.

Advogados de Cook apresentaram uma resposta por escrito, opondo-se ao pedido emergencial do Departamento de Justiça, de 18 de setembro, para suspender a ordem de uma juíza federal que impediu Trump de demitir imediatamente Cook, nomeada pelo ex-presidente democrata Joe Biden, enquanto seu processo judicial continua.

O deferimento do pedido de Trump, disseram os advogados dela à Suprema Corte, "alteraria drasticamente o status quo, ignoraria séculos de história e transformaria o Federal Reserve em um órgão subserviente à vontade do presidente".

Na petição desta quinta-feira, advogados de Cook disseram que a "história única de independência" do Fed ajudou a tornar a economia dos EUA a mais forte do mundo. Ficar do lado de Trump, escreveram eles, "sinalizaria para os mercados financeiros que o Federal Reserve não desfruta mais de sua independência tradicional, arriscando o caos e a perturbação."

Cook, a primeira mulher negra a ocupar o cargo de diretora do Fed, processou Trump em agosto depois que o presidente anunciou que a demitiria. Cook disse que as alegações feitas por Trump contra ela não davam ao presidente a autoridade legal para destituí-la e eram um pretexto para demiti-la por causa de sua postura em relação à política monetária.

Mais cedo nesta quinta-feira, um grupo de 18 ex-autoridades do Fed, do Tesouro e de outras áreas econômicas que atuaram sob o comando de presidentes de ambos os partidos pediu à Suprema Corte que rejeitasse a petição de Trump para permitir sua tentativa de demitir Cook.

((Tradução Redação Brasília))

REUTERS VB