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Kremlin diz que afirmações de Trump sobre guerra na Ucrânia estão equivocadas e oferece "informações reais"

Reuters24 de set de 2025 às 12:19

Por Andrew Osborn e Dmitry Antonov

- O Kremlin rejeitou na quarta-feira os argumentos centrais da retórica do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a guerra na Ucrânia, dizendo que forneceria aos EUA "informações reais" sobre o que está acontecendo no campo de batalha.

Em uma mudança de retórica abrupta a favor da Ucrânia, Trump disse na terça-feira que acredita que Kiev pode recuperar todas as suas terras tomadas pela Rússia -- que controla cerca de um quinto do país -- e que deveria agir agora, com Moscou enfrentando "grandes" problemas econômicos.

O Kremlin rebateu dizendo que a economia russa está estável, apesar de alguns problemas causados pelas sanções, e que o avanço lento, mas constante, das forças russas na Ucrânia faz parte de uma estratégia deliberada, com Kiev, e não Moscou, na defensiva.

"Pelo que entendemos, as declarações do presidente Trump foram feitas depois de se comunicar com (o presidente ucraniano) Zelenskiy e, aparentemente, sob a influência de uma visão apresentada por Zelenskiy. Essa visão contrasta fortemente com nossa compreensão da situação atual", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres.

"O fato de que a Ucrânia está sendo incentivada de todas as formas possíveis a continuar as hostilidades e o argumento de que a Ucrânia pode recuperar algo é, em nossa opinião, um argumento equivocado... A dinâmica nas linhas de frente fala por si só", afirmou ele.

Embora a Rússia continue a avançar em muitas áreas, há algum tempo ela não faz grandes avanços na Ucrânia.

RÚSSIA REJEITA COMENTÁRIO DE TRUMP

Peskov se irritou com a descrição de Trump da Rússia como um "tigre de papel".

A Rússia é mais associada a um urso do que a um tigre, e ursos de papel não existem, disse Peskov à estação de rádio RBC.

Alguns nacionalistas russos viram a reviravolta de Trump como um sinal de que ele está lavando as mãos da guerra na Ucrânia depois de suas tentativas infrutíferas de intermediar um rápido acordo de paz, observando que ele não havia prometido mais ajuda dos EUA a Kiev, mas sim colocado o ônus sobre a Ucrânia e a União Europeia.

"Sim, Trump de repente falou ao mundo sobre seu amor pela Ucrânia", disse Konstantin Malofeyev, um magnata ultranacionalista e influenciador político.

"Mas o ponto principal... é que os EUA estão lavando as mãos do assunto. A União Europeia pagará por tudo. Para simplificar ainda mais: Trump enviou a Ucrânia para lutar contra a Rússia ao lado da Europa enquanto compra armas dos EUA."

Peskov disse que o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, conversaria com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, ainda nesta quarta-feira, e forneceria "informações reais" a Washington sobre a situação na Ucrânia.

(Reportagem de Andrew Osborn e Dmitry Antonov em Moscou; reportagem adicional de Mark Trevelyan)

((Tradução Redação São Paulo))

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