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UE e OMS rebatem advertências de Trump sobre autismo e gravidez

Reuters23 de set de 2025 às 11:52

- As agências de saúde da União Europeia e do Reino Unido confirmaram a segurança do paracetamol durante a gravidez, contestando um alerta do presidente dos EUA, Donald Trump, que relacionou o popular analgésico ao autismo.

A Organização Mundial da Saúde disse nesta terça-feira que as evidências de uma ligação permanecem inconsistentes e pediu cautela ao tirar conclusões.

Na segunda-feira, Trump associou o autismo ao uso de vacinas na infância e à ingestão de Tylenol por mulheres grávidas, elevando as alegações não respaldadas por evidências científicas à vanguarda da política de saúde dos EUA.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) disse na terça-feira que não há novas evidências que exijam mudanças nas recomendações atuais da região para o uso de paracetamol, conhecido como Tylenol nos Estados Unidos, durante a gravidez.

"As evidências disponíveis não encontraram nenhuma ligação entre o uso de paracetamol durante a gravidez e o autismo", afirmou a EMA em um comunicado, acrescentando que o paracetamol pode ser usado durante a gravidez quando necessário, embora em menor dose e frequência. Na segunda-feira, o órgão regulador de saúde do Reino Unido disse que seu uso é seguro.

"As evidências permanecem inconsistentes", disse o porta-voz da OMS, Tarik Jašarević, em uma coletiva de imprensa em Genebra, quando questionado sobre uma possível ligação entre o uso de paracetamol na gravidez e o autismo.

Ele citou estudos não especificados que apontavam para uma possível ligação, mas disse que isso não foi confirmado por pesquisas posteriores. "Essa falta de replicabilidade realmente exige cautela ao tirar conclusões precipitadas", declarou.

Em uma entrevista coletiva altamente incomum na Casa Branca na segunda-feira, Trump deu conselhos médicos a mulheres grávidas e pais de crianças pequenas, dizendo-lhes repetidamente para não usar ou administrar o analgésico e sugerindo que as vacinas comuns não sejam tomadas juntas ou tão cedo na vida de uma criança.

O conselho de Trump vai contra as sociedades médicas, que citaram dados de vários estudos mostrando que o acetaminofeno, o ingrediente ativo do Tylenol, desempenha um papel seguro no bem-estar das mulheres grávidas.

Solicitado a elaborar mais sobre as falas de Trump, Jašarević acrescentou que as vacinas não causam autismo e afirmou suas qualidades de salvar vidas. "Isso é algo que a ciência provou, e essas coisas não devem ser realmente questionadas", acrescentou.

(Reportagem de Maggie Fick e Emma Farge)

((Tradução Redação São Paulo))

REUTERS TR

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