Por Jody Godoy
WASHINGTON, 18 Set (Reuters) - A Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) e sete Estados acusaram a Live Nation LYV.N e seu braço de venda de ingressos, a Ticketmaster, de custar milhões de dólares aos fãs ao permitir tacitamente que cambistas comprassem ingressos para shows e os revendessem a um preço significativamente mais alto, informou a agência nesta quinta-feira.
A ação judicial aprofunda os problemas legais da Ticketmaster, que começaram após a venda malfeita de ingressos para a tão badalada turnê Eras de Taylor Swift em 2022.
As ações da Live Nation foram negociadas em queda de 2,3% com a notícia.
A Ticketmaster, que controla 80% da venda primária de ingressos para grandes locais de shows, ignorou as violações dos limites de compra de ingressos estabelecidos pelos artistas, permitindo que a Ticketmaster colhesse US$3,7 bilhões em taxas de revenda entre 2019 e 2024, alegou a FTC.
Essas ações, juntamente com a falha da Ticketmaster em divulgar o preço total dos ingressos, incluindo taxas, violaram a lei de proteção ao consumidor, disse a agência.
Representantes da Ticketmaster e da Live Nation não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
"A FTC de Trump-Vance está trabalhando arduamente para garantir que os fãs tenham a chance de comprar ingressos a preços justos, e a ação judicial de hoje é um passo monumental nessa direção", disse o presidente da FTC, Andrew Ferguson, em um comunicado.
Colorado, Flórida, Illinois, Nebraska, Tennessee, Utah e Virgínia estão entrando com o processo em conjunto na Califórnia.
A Ticketmaster enfrentou críticas intensas quando bilhões de solicitações de fãs de Swift, bots e revendedores de ingressos sobrecarregaram seu site e a empresa cancelou uma venda planejada de ingressos para o público em geral.
A Ticketmaster sabe desde 2018 que os revendedores violam suas políticas, disse a FTC em sua ação nesta quinta-feira. A agência citou um email interno de um executivo da Ticketmaster que copiou a liderança da Live Nation afirmando que as empresas "fecham os olhos como uma questão de política" para as violações.
O Departamento de Justiça entrou com uma ação em 2024 para tentar separar a Live Nation e a Ticketmaster, acusando-as de monopolizar os mercados no setor de shows ao vivo. As empresas negam as alegações.
(Reportagem de Jasper Ward em Washington e Jody Godoy em Nova York)
((Tradução Redação São Paulo))
REUTERS AC