Por Jack Kim e Ju-min Park
SEUL, 11 Set (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu-se para permitir que centenas de trabalhadores sul-coreanos detidos durante uma operação de imigração permanecessem nos EUA, mas apenas um optou por ficar, disseram autoridades sul-coreanas nesta quinta-feira.
A oferta de Trump buscou incentivar os trabalhadores a permanecerem e treinarem os norte-americanos, de acordo com as autoridades. Isso resultou em um atraso de um dia na partida de um avião fretado para levar os trabalhadores para casa.
O avião agora está programado para deixar os EUA mais tarde nesta quinta. Imagens de TV mostraram os trabalhadores embarcando em ônibus do lado de fora das cercas de arame farpado de um centro de detenção por volta das 2h da manhã de quinta-feira para ir ao aeroporto de Atlanta.
Ao contrário de outras deportações dos EUA, eles não foram algemados -- atendendo a uma exigência importante da Coreia do Sul, que ficou horrorizada com a operação, especialmente com o uso de veículos blindados e algemas.
Cerca de 300 sul-coreanos foram detidos na semana passada, juntamente com mais de 150 outras pessoas, no canteiro de obras na Geórgia de um projeto de US$4,3 bilhões da Hyundai Motor 005380.KS e da LG Energy Solution 373220.KS para fabricar baterias para carros elétricos.
A batida, que foi alardeada pelas autoridades de imigração dos EUA, ameaçou desestabilizar os laços em um momento em que os dois países estão tentando finalizar um acordo comercial e afugentar o investimento sul-coreano nos EUA, que Trump tanto deseja garantir.
"Nossas empresas que entraram nos EUA provavelmente estão em um estado de séria confusão", disse o presidente Lee Jae Myung em uma coletiva de imprensa na quinta-feira para marcar seus primeiros 100 dias no cargo.
Parlamentares de Seul reconheceram que pode ter havido alguma ultrapassagem dos limites de um programa de isenção de visto de 90 dias ou de um visto de negócios temporário B-1.
Mas as empresas sul-coreanas também se queixam há anos de que tem tido dificuldades para obter vistos de trabalho de curto prazo para especialistas necessários em suas fábricas de alta tecnologia nos EUA, e passaram a contar com uma zona cinzenta de interpretação mais flexível das regras de visto sob as administrações norte-americanas anteriores.
(Reportagem de Jack Kim, Ju-min Park, Hyunjoo Jin, Joyce Lee e Josh Smith)
((Tradução Redação São Paulo))
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