Por Daniel Wiessner
10 Set (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agiu rapidamente nesta quarta-feira para recorrer da decisão de uma juíza federal que impediu temporariamente Trump de tomar a medida sem precedentes de remover a diretora do Federal Reserve Lisa Cook.
O Departamento de Justiça dos EUA apresentou um breve aviso de que está recorrendo da decisão da juíza distrital dos EUA Jia Cobb, que disse que as alegações de Trump de que a diretora cometeu fraude hipotecária antes de assumir o cargo provavelmente não eram motivos suficientes para sua remoção.
Trump tentou demitir Lisa Cook no final de agosto, mas o Fed disse que ela continua em seu cargo. A decisão da juíza impede que o Fed dê prosseguimento à demissão enquanto o processo judicial segue em frente.
O porta-voz da Casa Branca Kush Desai disse nesta quarta-feira, antes da apresentação do recurso, que Trump havia legalmente demitido a diretora por justa causa devido às alegações de fraude hipotecária e que "essa decisão não será a última palavra sobre o assunto".
Cook, que nega qualquer irregularidade, entrou com um processo no final de agosto, dizendo que a alegação de Trump de que ela se envolveu em fraude hipotecária antes de entrar para o banco central norte-americano não lhe dava autoridade legal para demiti-la e era um pretexto para removê-la por sua posição em relação à política monetária.
O caso, que provavelmente será levado à Suprema Corte dos EUA, tem ramificações para a capacidade do Fed de definir a taxa básica de juros sem levar em conta os desejos dos políticos, o que é visto como fundamental para a capacidade de qualquer banco central de manter a inflação sob controle.
Trump exigiu que o banco central corte os juros imediata e agressivamente, repreendendo o chair do Fed, Jerome Powell, por sua administração da política monetária. A expectativa é de que o banco central apresente um corte nos juros em sua reunião de política monetária de 16 e 17 de setembro.
((Tradução Redação Brasília))
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